sábado, 1 de setembro de 2012

Mulheres têm papel fundamental no crescimento econômico da América Latina e do Caribe

O artigo que segue abaixo, traz uma perspectiva importante de ser observada em termos de fomento ao desenvolvimento socioeconômico, direitos humanos e equidade de gênero que embora, muitas vezes seja desconsiderado pelo PIB e planejamento estratégico de financistas e empresários, guarda total relação com o desenvolvimento econômico e portanto, gera com reflexos diretos sobre o desempenho e resultados das empresas, em especial àquelas dedicadas a bens de consumo de primeira necessidade ou de valor agregado ao bem estar do lar.

Investir no desenvolvimento da mulher em países com histórico de desigualdades acentuadas e machismos como foi e é o Brasil (quem não acredita é só assistir Gabriela ou ler Jorge Amada... pois usávamos e ainda usamos as mulheres de forma unilateral de muitas formas e não apenas na cama), inclusive no reconhecimento da igualdade básica de direitos (para quem já se esqueceu, o direito ao voto feminino é recente frente a história do país), também é investir também no próprio desenvolvimento econômico e melhoria dos resultados do negócio (sendo este o argumento que mais convence a muitos capitalistas ferrenhos, que se justifica em ter que ser lucrativo ou não é coisa de empresa, porque antes disso, estamos falando de ser ético, justo e respeitoso com as relações de gênero, mas para muitos isto é conversa filosófica, teórica e ideológica).

Identificar a posição da mulher apenas como um complemento de renda é uma forma de favorecer este cenário de desigualdades e também de prejuízo aos homens, porque se de um lado elas são vistas desta forma, nos sustos econômicos os homens tende a ser os primeiros a terem seus empregos em riscos e esta relação se inverte diametralmente da noite para o dia, porque as mulheres têm menores salários (como foi feito no início da revolução industrial, grande depressão de 29 e guerras mundiais, coo dito, existem muitas formas de usar a mulher de forma conveniente e unilateral que não apenas na cama) e isto, certamente impacta nas escolhas de consumo, resultados dos negócios, produtividade do trabalho da mulher, assim como sua qualidade de vida, escolhas e papeis que assume na sociedade, mas também escraviza e vulnerabiliza o homem em dados lugares, inclusive sobre o direito não participar ativamente da vida familiar e educação dos filhos, porque isto é coisa de mulher.

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 Fonte: The World Bank 
Link: http://www.worldbank.org/pt/news/2012/08/29/women-play-key-role-in-economic-gains-in-latin-american-and-caribbean 

Mulheres têm papel fundamental no crescimento econômico da América Latina e do Caribe
Agosto 29, 2012

A participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando, principalmente nos últimos 10 anos.

World Bank DESTAQUES DO ARTIGO
• A crescente participação feminina no mercado de trabalho teve papel importante na redução da pobreza na região.
• Sem o trabalho delas, os índices de pobreza extrema na região em 2010 teriam sido 30% maiores.
• Ainda há obstáculos a vencer, incluindo a diferença salarial marcante entre homens e mulheres.

A imagem de mulheres indo trabalhar todas as manhãs nas ruas da América Latina há muito deixou de ser algo novo. Na verdade, a participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando, em particular nos últimos 10 anos. Esse crescimento deu origem a transformações sociais significativas e à melhoria das condições econômicas da região. Tanto isso é verdade que, se não houvesse mais mulheres trabalhando, os índices de extrema pobreza em 2010 teriam sido 30% maiores.

Algo muito parecido pode ser dito sobre os recentes progressos da região no que diz respeito à desigualdade social. Segundo um novo estudo do Banco Mundial – O Efeito do Poder Econômico das Mulheres na América Latina e no Caribe –, lançado hoje, no Diálogo Interamericano, em Washington, o mercado de trabalho recebeu mais mulheres de baixa renda do que as de rendimentos altos. Isso representa um dado importante na redução da pobreza na região.

Ajuda no enfrentamento aos choques econômicos Especialmente durante a crise global de 2009, o fato de as mulheres terem boa participação no mercado de trabalho ajudou a região a enfrentar os choques econômicos. Os lares que contavam somente com a renda dos homens tornaram-se mais vulneráveis do que aqueles em que o homem e a mulher trabalhavam. “Muitos homens perderam seus empregos durante a crise e contaram com a renda vinda do trabalho feminino para reduzir a pobreza”, disse Louise Cord, gerente do Banco Mundial para o Grupo de Gênero e Redução da Pobreza.

As mães solteiras que trabalham são as que enfrentam o maior risco de pobreza. De fato, as famílias urbanas em que apenas a mulher trabalha têm 1/3 a mais de chance de ser extremamente pobres do que aquelas chefiadas apenas por um homem. Na América Latina e no Caribe, o aumento da participação feminina no mercado de trabalho aparentemente corresponde a maiores taxas de ingresso das mulheres na educação.

Em muitos países da região, a lacuna de gênero na educação foi revertida: há mais mulheres do que homens frequentando a escola. Existe uma diferença salarial que desfavorece cada vez mais as profissionais qualificadas da região. Louise Cord Gerente do Banco Mundial para o Grupo de Gênero e Redução da Pobreza As mulheres ainda ganham menos No entanto, ainda há grandes obstáculos.

Mulheres em países como Chile, Brasil, México e Peru recebem salários menores que os homens, principalmente nos cargos de chefia.

Essa discrepância é cada vez maior, explica Louise Cord. “Apesar de terem diploma de ensino superior, apesar de o reconhecimento de experiência não decair tão rapidamente para as mulheres quanto para os homens, vê-se uma diferença salarial que desfavorece cada vez mais as profissionais qualificadas da região.” Além disso, as mulheres em países como o Brasil tendem a ter uma participação grande em setores de baixa produtividade.

Os índices de violência de gênero e de gravidez entre as adolescentes também tendem a ser altos na região – indicando que as mulheres têm poucas condições de fazer as próprias escolhas e alcançar seus objetivos. O relatório propõe que as políticas públicas foquem em três elementos para ajudar a aumentar o poder econômico das mulheres: ampliar as oportunidades no mercado de trabalho, aumentar a capacidade delas de traçar metas e alcançá-las e apoiar cada vez mais os lares pobres chefiados apenas pelas mulheres.

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