domingo, 24 de julho de 2011

Todo poder exige uma responsabilidade

O caderno especial do Jornal Valor Econômico, publicado em 22/07 "Eu&Fim de Semana, chamou minha atenção nesta semana ao trazer como materia principal "O improvável já é possível", que refletiu uma discussão bem interessante que há muito me intriga, sobre a a capacidade evolutiva das máquinas, em especial na conexão direta com o ser humano, sendo mais espefícico ainda com o cérebro humano.

Sei que para pessoas "mortais" como eu pouco nos damos o luxo de devagar sobre este assunto, contudo, vejo nesta área um dos temas mais importantes da humanidade, tanto pelo potencial que isso pode trazer para o bem do nosso processo evolutivo, assim como o inverso e a história tem nos mostrado essa relaçaõ empiricamente.

Ok, mas muitos se perguntaria o que isso tem haver com a temática deste blog, respondo em meu singelo entendimento. Tudo! Usando a lógica complexo e me abastecendo do pensamento explorado pela própria matéria, a projeção tecnológica do futuro expressada pela ficção ciêntifica nada mais é do que a visão que temos no presente sobre a que teremos do futuro, sendo a pergunta que emerge disso. Até onde será possível chegar e quais serão seus efeitos?

Para exprimir esse racional, o artigo dá o exemplo da invenção do automóvel. Lá atrás, será que alguém projetou quais seriam os benefícios dessa tecnologia? Sem dúvidas que sim, mas será que estressaram a fundo quais seriam os efeitos adversos de uma tecnologia que foi inventada para ser dependente de combustível fóssil, que emite fumaça e materiais particulados agravadores dos GEE e mais, que nos tornaríamos tão dependentes desta tecnologia a ponto de gastarmos um parte preciosa do nosso tempo de vida preso a ela em viagens homéricas no transito das grandes cidades e hoje em dia até nas pequenas, sofrendo e reclamando, isolados em um mundo a parte, mas ainda assim dependentes?

Quem imaginaria, lá atrás quando a "www" foi inventada para facilitar o fluxo de informação em longas distâncias, que as pessoas usariam seus smart phones para se comunicar umas com as outras em uma mesma mesa de bar a meio metro de distância, como presenciei e participei desta cena a menos de cinco dias, e com isso, perdendo uma das maiores riquezas do ser humano que é a capacidade social de se relacionar frente a frente, com sons, tatos e pensamentos e sentimentos nem sempre expressos pela máquina.

Por outro lado o avanço da tecnologia ICM (Interface Cérebro-Máquina), pode sim colocar a humanidade diante de novos problemas, mas por outro ângulo, será de um avanço extraordinário, para pessoas com deficiência, que perderam suas habilidade motoras, sensoriais ou intelectuais e que podem dessa tecnologia para se recompor ou mesmo que outras coisas boas podem emergir disso. Tudo dependerá significativamente da forma como vamos encarar e usar essa capacidade e esse poder.

Na matéria uma frase especial ganhou destaque aos meus olhos e que muito tem haver com a forma com encaro a sustentabilidade, sendo está para mim um movimento de percepção da realidade e das responsabildiades que assumimos diante do grau de consciência que ganhos sobre ela; Neste sentido, Luciano Floridi, explora a ideia da "ética aumentada". Luciano é filósofo Italiano, que vem explorando temas como filosofia e ética da informação.

Segundo Floridi - "Quanto mais sabemos e podemos fazer através da ciência e da tecnologia, mais nos tornamos responsáveis pelo que deve ou não acontecer à nossa volta. É por isso que descrevi a humanidade como uma espécie de demiurgo, para usar o termo de Platão. Isto é uma divindade poderosa, mas não onipotente, capaz de dar forma a um mundo maleável e mais antigo que ele. Se as coisas forem bem no planeta, vamos merecer todos os elogios, mas se fizermos bobagem, nada e nínguem pode levar a culpa por nós. Isso é uma carga muito pesada, que nenhuma geração futura deveria ter de carregar.


Trocando em miudos o pensamento de Floridi, a sustentabilidade pode ser encarada como esse movimento que desafio a sociedade reconhecer sua realidade e encarar seus desafios de frente, sendo todo avanço social e tecnologico bem vindo se usado com responsabilidade, pois esse é um "jogo" em que todos precisam e devem sair vencedores, considerando que o inverso é proporcionalmente aplicado, ou seja, não adianta caçar bruchas e apontar dedos sobre a face de "culpados", estamos todos inseridos na mesma rede de relações sistêmicas e a conta chegará a todos, ainda que para alguns mais rápido que outos, mas todos pagarão, inclusive de forma nada democrática, quem não participou de certas escolhas, como será o caso das futuras gerações.

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