sábado, 3 de novembro de 2012

Mulheres são mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas globais


Fonte: Agência FAPESP

Link: http://agencia.fapesp.br/16146

Mulheres são mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas globais

06/09/2012
Por Elton Alisson
Agência FAPESP As mulheres e meninas representam atualmente 72% do total de pessoas que vivem em condições de extrema pobreza no mundo. Em função disso e da combinação de uma série de outros fatores socioeconômicos e culturais, elas representam hoje as maiores vítimas de desastres provocados por eventos climáticos extremos, como inundações e furacões.
Os dados foram apresentados pela médica e antropóloga mexicana Úrsula Oswald Spring durante o workshop “Gestão dos riscos dos extremos climáticos e desastres na América do Sul – O que podemos aprender com o Relatório Especial do IPCC sobre os extremos?”, realizado em agosto pela FAPESP, em São Paulo.
Professora da Universidade Nacional Autônoma do México, a pesquisadora mexicana, que é membro do IPCC, explica em entrevista concedida à Agência FAPESP as razões e quais ações são necessárias para diminuir a vulnerabilidade das mulheres e meninas aos impactos das mudanças climáticas.
Agência FAPESP  Quais são os grupos humanos mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas globais? 
Úrsula Oswald Spring – Primeiro, as mulheres e meninas. Em segundo lugar, os grupos indígenas refugiados em comunidades com línguas e culturas diferentes das suas. E em terceiro todas as pessoas que vivem em cidades em pobreza extrema, em zonas de alto risco e de violência, sem apoio governamental, ilegais, sem emprego e expostas às intempéries climáticas. Coincidentemente, esses três grupos humanos também são os mais discriminados. Há um problema de discriminação estrutural e uma combinação catastrófica de fatores socioeconômicos, ambientais e culturais que potencializam as vulnerabilidades desses três grupos humanos aos impactos das mudanças climáticas.
Agência FAPESP  O que torna as mulheres e meninas mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas? 
Úrsula Oswald Spring – Mundialmente, elas representam 72% dos pobres extremos e, sem recursos financeiros, é muito difícil enfrentar os impactos dos eventos climáticos extremos. Além disso, as mulheres foram educadas a cuidar dos outros e, por isso, assumimos o papel de “mãe de todos”. Esse processo, que chamo de teoria das representações sociais, também nos torna mais vulneráveis, porque temos o papel de proteger primeiramente os outros, para depois nos preocuparmos conosco. Por trás de tudo isso também persiste há milhares de anos um sistema político excludente, reforçado por todas as crenças religiosas, denominado sistema patriarcal, que preceitua a autoridade de um ser – o homem –, resultando em muita violência, exclusão e discriminação contra as mulheres. O capitalismo, por sua vez, se aproveitou do sistema patriarcal e construiu um sistema vertical, excludente, autoritário e violento, que permitiu que hoje 1,2 mil homens comandem a metade de todo o planeta e que as mulheres tivessem pouco poder de decisão e de veto em questões que lhes afetam diretamente.
Agência FAPESP  Diante desta realidade, o que é preciso fazer para diminuir a vulnerabilidade das mulheres e meninas aos impactos dos eventos climáticos extremos? 
Úrsula Oswald Spring – Não vale a pena destruir, por exemplo, essa capacidade das mulheres em querer ser a mãe de todos. Mas é necessário treiná-las para que esse processo de cuidar dos outros seja mais eficiente e que não seja realizado ao custo de sua própria vida, mas que possa beneficiar todo um conjunto de pessoas, incluindo ela e suas filhas. E isto implica em mais condições para que possam ter maior poder de decisão.
Agência FAPESP  Como seria possível realizar esse processo? 
Úrsula Oswald Spring – Sobretudo, possibilitando o maior acesso das mulheres à educação. De acordo com o Banco Mundial, todo país islâmico que investe na educação de suas mulheres aumenta imediatamente 1% de seu PIB. Outra ação é dar mais visibilidade ao trabalho das mulheres, que muitas vezes não é valorizado. Nos Estados Unidos o trabalho feminino representa 38% do PIB. É preciso dar visibilidade a essa participação econômica das mulheres. Alem disso, são necessárias leis que garantam maior equidade e participação das mulheres em todos os processos decisórios. Teríamos que usar sistemas de cotas para mulheres para reverter a discriminação, que seria um passo para garantir maior equidade. Desgraçadamente, as catástrofes e os desastres provocados pelos eventos climáticos extremos irão ajudar no processo de dar maior poder às mulheres.
Agência FAPESP  De que maneira? 
Úrsula Oswald Spring – No México, por exemplo, a produção campesina está nas mãos dos homens. Mas está passando para as mãos das mulheres, porque os homens migraram para os Estados Unidos em busca de emprego. Na nova condição de chefes de família, elas estão tendo que tomar decisões sobre as mais variadas questões. Nós precisamos ajudá-las nesse processo de “empoderamento”, possibilitando que elas tenham acesso a tecnologias sustentáveis, que lhes permitam, por exemplo, se proteger dos riscos de desastres causados pelos eventos climáticos extremos.
Agência FAPESP  Além da questão do “empoderamento”, que é um processo que demanda longo prazo, que ações mais urgentes devem ser tomadas para preparar as mulheres para enfrentar os eventos climáticos extremos? 
Úrsula Oswald Spring – É preciso possibilitar e treinar as mulheres para que em um momento de perigo iminente, por exemplo, elas tenham o direito de sair de casa. Muitas comunidades proíbem que uma mulher saia de casa se não está acompanhada por um homem. Isso é uma discriminação e uma forma de controle que é preciso superar com leis de equidade de gênero. Além disso, é preciso treinar mulheres para aprender a nadar, a correr, a trepar em uma árvore, e permitir que possam usar uma roupa mais adequada para realizar essas atividades. Eu assisti os Jogos Olímpicos de Londres e me chamou a atenção a vestimenta das atletas da natação e de corrida da Arábia Saudita. Apesar de estarem vestidas de forma diferente das atletas de outros países, ao menos elas vestiam uma calça que lhes permitia correr, sem infringir os códigos religiosos. Esse é um tipo de ação que poderíamos socializar. Poderíamos aproveitar os Jogos Olímpicos para promover em todos os países islâmicos esse tipo de ação, e dar cursos de natação e de corrida para as mulheres.
Agência FAPESP  Dentre os três grupos humanos que a senhora aponta como os mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas, qual apresenta maior resiliência? 
Úrsula Oswald Spring – Só os indígenas têm a capacidade adquirida ao longo de milhares de anos de administrar situações muito difíceis sem contar com ajuda internacional, nacional ou estatal, mas sim sozinhos. Eles se adaptaram às mudanças climáticas e cultivaram durante milhares de anos e da mesma maneira vegetais, como batatas, resistentes à seca, ao frio e ao calor, e desenvolveram sistemas muito eficientes e baratos de irrigação e fertilização da terra. É preciso aproveitar esses conhecimentos tradicionais e vinculá-los às tecnologias modernas para nos adaptarmos às mudanças climáticas. Mas estamos perdendo esses conhecimentos tradicionais porque a última geração de indígenas que ainda detêm esses conhecimentos, que são jovens, já passou pela escola, fala outras línguas que não a materna e está perdendo sua cultura indígena. Se não fizermos nada, vamos perder mundialmente esses conhecimentos tradicionais que permitiriam desenvolver soluções locais para enfrentar as mudanças climáticas.
Agência FAPESP  Que iniciativas existem hoje para promover essa aproximação de conhecimentos tradicionais com os científicos? 
Úrsula Oswald Spring – No México, por exemplo, foi criada a Universidade Campesina do Sul. Lá são integrados grupos locais, que são constituídos hoje basicamente por mulheres – há 20 anos eram formados, em sua maioria, por homens –, e com base nas necessidades desses grupos nós disseminamos um processo de educação baseado no método de Paulo Freire, em que eles aprendem a partir de sua própria realidade.
Agência FAPESP  O que é ensinado na Universidade Campesina do Sul? 
Úrsula Oswald Spring Um dos temas com os quais trabalhamos é agricultura orgânica, ensinando as mulheres a trabalhar com hortas familiares, para garantir seus próprios alimentos e de sua família. Outro tema é o manejo de água. Há muita água não potável, como a utilizada para lavar as mãos, por exemplo, que é muito fácil de tratar e que pode ser utilizada junto com dejetos orgânicos de sanitários secos como melhoradores de solo para ajudar a recuperar a fertilidade natural do solo. Outro tema ao qual temos nos dedicado é o da medicina alternativa. A medicina moderna é muito cara e a maior parte das pessoas não tem recursos para utilizar o sistema de saúde. Em função disso, estamos criando modos de integrar a medicina tradicional mexicana, que utiliza ervas e métodos tradicionais de cura, como vapores, com a medicina moderna. É um conjunto de ações voltadas para potencializar o uso dos conhecimentos científico e tradicional e tentar buscar soluções para enfrentar coletivamente problemas das mais variadas ordens, como o das mudanças climáticas. Porque não são grandes obras que protegem as pessoas de uma catástrofe provocada por um evento climático extremo, como uma inundação, mas sim pequenas obras, contanto que sejam muito eficientes.
Agência FAPESP  Na opinião da senhora, como será possível enfrentar os riscos das mudanças climáticas em escala mundial, em um momento em que diversos países passam por graves crises econômicas e têm problemas mais urgentes para resolver? 
Úrsula Oswald Spring – Há condições de grande incerteza em relação às mudanças climáticas porque, além das crises econômicas, grande parte das pessoas no mundo nunca presenciou uma situação de desastre causado por um evento climático extremo. Mas se algumas pessoas ainda não passaram por uma situação dessas, é preciso justamente pensar em maneiras de se preparar para enfrentar os eventos climáticos extremos, que ocorrerão com maior frequência nos próximos anos. E uma das formas de se fazer isso é descentralizando a gestão dos riscos das mudanças climáticas, levando em contas as condições próprias de cada região. O problema climático na Amazônia, por exemplo, não é o mesmo que ocorre na parte alta dos Andes. Os tipos de manejos nessas regiões são muito diferentes. Por isso, os países precisam descentralizar as ações. A gestão dos riscos de mudanças climáticas pelos países irá depender de uma boa gestão local. Os primeiros 10 minutos de uma situação de risco, como uma inundação ou deslizamento, são cruciais e não há ajuda internacional que possa socorrer. Por isso, é preciso investir fortemente em prevenção e treinamento em nível local para enfrentar os riscos de um evento climático extremo. 

sábado, 20 de outubro de 2012

Adaptações as mudanças climáticas! Bom seria se fosse só ficção e brincadeira mesmo.

O melhor post sobre adaptações as mudanças climáticas... 

Minha sugestão, deveriam fazer deste um post publicitário das academias de ginásticas que cada vez mais cresce!!! 
Considerando o fato de que cuidar de forma coletiva e colaborativa do ambiente e das pessoas ao nosso redor, nós já provamos com todos os sinais que somos incompetentes.



terça-feira, 16 de outubro de 2012

A importância da participação empresarial no desenvolvimento das condição humanas de desenvolvimento


Segue matéria interessante publicada hoje no jornal Valor Econômico, falando sobre o impacto da baixa infraestrutura em muitas regiões do país em saneamento básico na produtividade da atividade econômica, neste caso, mais focada no setor industrial.


Neste caso, tenho uma visão um pouco mais cuidadosa quando falamos da entrada da iniciativa privada em realizar investimentos diretos em área de competência e responsabilidade da administração pública. 


Não quero com isto dizer que não deva haver este diálogo e até parceria financeira nesta dinâmica, contudo, entendo que quanto mais próximo for o nível de investimento feito no desenvolvimento de uma dada região/comunidade com o "core" da atividade econômica e do seu  "Know How" de negócio, mas sentido faz, porque este tende a ser mais legítimo e eficiente, inclusive, evitando um risco inerente de entrar em searas de competência do poder público, que muitas vezes torna a empresa refém da situação e ainda aumenta o risco de enfraquecer a presença do Estado local no local.

 

Contudo, questões estruturais básicas, principalmente em lugares de maiores carências sociais, ambientais e econômicas, para onde cada vez mais a atividade industrial tem rumado em função das áreas incentivadas, não podem ser ignoradas.


A matéria que segue abaixo vai nesta direção e apresenta dados importantes dos possíveis impactos diretos sobre a produtividade de uma dada atividade econômica, em razão da falta ou baixo saneamento básico em comunidades no entorno das atividades econômicas e este nível de atenção e entendimento deve cada vez mais fazer parte do cotidiano dos gestores destas atividades, integrando uma lógica de gestão sustentável e integrada a desempenho sustentável do negócio.


Boa leitura! 

 

Fonte: Valor Econômico

http://www.valor.com.br/brasil/2867204/faltam-r-9-bi-anuais-para-saneamento-diz-cni

 

Faltam R$ 9 bi anuais para saneamento, diz CNI


Por Edna Simão | De Brasília

O governo federal precisa investir cerca de R$ 17 bilhões por ano para conseguir universalizar os serviços de água e esgoto no país, porém, essas aplicações não passam de R$ 8 bilhões. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as deficiências na área de saneamento básico reduzem a produtividade dos trabalhadores, aumentam os custos de instalação de empresas e prejudicam o desenvolvimento de setores como o de turismo.
Os prejuízos para o setor produtivo serão discutidos hoje no seminário Saneamento Básico: Como Eliminar os Gargalos e Universalizar os Serviços, organizado pela CNI, em parceria com Instituto Trata Brasil e Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB). No evento, a indústria defenderá a criação de incentivos, como desoneração dos investimentos, para aumentar a participação da iniciativa privada no setor. Atualmente, apenas 10% dos brasileiros são atendidos por empresas privadas de saneamento.
Um levantamento feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e Instituto Trata Brasil, com números referentes a 2009, mostra que a produtividade dos trabalhadores que têm acesso à rede de saneamento básico é 13,3% maior do que aqueles que vivem em cidades onde não há serviços de água e esgoto. Segundo estudo, a universalização poderia injetar R$ 41,5 bilhões na economia por ano devido ao aumento da produtividade do trabalhador, causado pela menor incidência de doenças e, consequentemente, de ausência no trabalho. Esse ganho mais que compensaria os investimentos que deveriam ser feitos para levar o saneamento básico a 47% da população brasileira (91 milhões de pessoas) que não têm acesso à rede de abastecimento de água e de coleta de esgoto.
Segundo o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, o investimento em infraestrutura registrou crescimento nos últimos anos, porém, é insuficiente para as necessidades do país. Já o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, disse que no seminário quer chamar a atenção do governo sobre a necessidade de acelerar o ritmo dos investimentos. Além da desoneração do investimento, a CNI vai defender a melhora do sistema de regulação e a realização e choque de gestão e eficiência.
Para suprir a falta de investimentos, empresas privadas estão destinando recursos para melhoria do saneamento básico. A Veracel Celulose investiu em projeto de saneamento básico para beneficiar duas comunidades que vivem próximas as suas fábricas. Em Barrolândia, no município de Belmonte (BA), a companhia construiu 12 quilômetros de redes de esgoto 6 quilômetros de drenagem fluvial, além de uma estação de tratamento de esgoto. No distrito de Ponto Central, no município de Santa Cruz Cabrália (Bahia), a Veracel Celulose investiu, entre 2009 e 2010, na implantação do sistema de tratamento de água. Segundo o gerente de sustentabilidade da Veracel Celulose, Renato Gomes Carneiro Filho, o perfil dessas comunidades mudou com a melhoria de qualidade de vida devido à redução de doenças. Ele ressaltou que os investimentos nas cidades nas foram possíveis graças a parcerias com os governos estadual e municipal.

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sábado, 8 de setembro de 2012

5 ideias verdes que podem transformar o mundo

É sem dúvida gratificante e esperançoso ver que temos gente e organizações realmente pensando em tecnologias que viabilizem a tal da "economia verde" ou de "baixo carbono" como preferir, melhor ainda seria se nossas políticas públicas e a consciência dos consumidores seguissem nessa mesma linha, quero dizer de realmente reconhecer e valorizar, cada qual com  seus mecanismos meios de fomentar iniciativas semelhantes, por mais, surrealistas que possam parecer.

O Estado de um lado, poderia por meio das políticas públicas ao invés de soltar incentivos fiscais de forma emergencial, apenas para tirar do sufoco setores da economia, sacrificados com a crise e baixa competitividade do país, que em boa parte também é resultante da sua ineficiência, que permitindo que o país tenha hoje uma estrutura logística sucateada e cara, além de um nível de burocracia e entraves fiscais  que fazem com que as empresas tenham cada vez mais uma estrutura pesada para resolver questões burocráticas e de baixo valor agregado em termos de retorno para a sociedade, poderia, investigar setores inovadores e promover incentivos fiscais, educacionais e estruturais para que essa vertente do desenvolvimento tecnológico e obviamente econômico se desenvolvesse dentro do seu potencial que é enorme.

Os consumidores por sua vez, deveriam ter mais consciência e atenção sobre o que consomem, pois cada um de nós na condição de consumidores, temos em mãos uma "arma" de alto potencial no impulso favorável ou desfavorável a promoção de uma economia de baixo carbono. Cada escolha por um produto na hora da compra é um voto de concordância sobre quais atributos foram entregues junto a marca do produto escolhido e este atributos se materializam na forma como as empresas gerencial seus negócios, quero dizer, se suas práticas empresariais são éticas na relação com o Estado, fornecedores, clientes e concorrentes, sua seu sistema produtivo é dotado de investimentos e gerenciamento capaz de reduzir de forma significativa os impactos ambientais ou ainda eliminá-los na medida do possível, se estes mesmos cuidados são tomados na gestão da sua cadeia de suprimentos, se a empresa observa e se mantém aderente a diretrizes básicas de direitos humanos, como não discriminação, assédios, regularidade de jornada, saúde e segurança ocupacional e seguridade social.

Quando negligenciamos condições básicas como está não estamos apenas sendo alienados, mas corroborando para que a sociedade caminho para lugares questionáveis em termos de desenvolvimento sustentável, assim como perdemos a oportunidade de dar passos importante no impulso e valorização de uma economia de baixo carbono e isto, não é responsabilidade do estado ou das empresas, mas sim de todos nós, como pessoas tomadoras de decisão a cada escolha que realizamos. Pequenos gestos, promovem grandes mudanças no final do dia, acredite e faça!

Fonte: Exame.com
Autora: Vanessa Barbosa
07/09/2012
link: http://exame.abril.com.br/meio-ambiente-e-energia/sustentabilidade/noticias/5-ideias-verdes-e-simples-que-podem-mudar-o-mundo?p=1#link


Quiosque solar ilumina a África

Imagine um lugar onde o pôr do sol significa a escuridão total e quem quiser um pouco de luz para estudar ou trabalhar durante a noite precisa recorrer a lampiões de querosene, cuja fumaça é extremamente prejudicial à saúde. Pelo menos 1,5 bilhão de pessoas no mundo vivem nessa condição de isolamento energético, sem acesso à rede elétrica. Mas uma nova invenção pode mudar isso. É o SolarKiosK, um quiosque movido a energia solar, ou como chamam seus criadores, a empresa alemã SolarKiosk GmbH, uma “unidade de negócios autônoma”. O primeiro exemplar começou a operar em julho num vilarejo da Etiópia, um dos países mais pobres do mundo.
SolarKiosk, quiosque solar ilumina regiões remotas da Etiópia
O quiosque vende de tudo: alimentos, pilhas, lanternas, bebidas, medicamentos, cartões para celular, entre outros produtos típicos de um posto comercial convencional. Seu diferencial, no entanto, reside da oferta de energia, limpa e renovável, produzida pelos paineis solares no teto. O sistema fornece eletricidade para uma geladeira que funciona como frigorífico comunitário e também para recarga de aparelhos celulares ou computadores. Dependendo das condições do local, dá até para oferecer TV, internet e música. O próximo passo é expandir o projeto para as regiões mais remotas de toda a África, onde 800 milhões de pessoas não têm acesso à energia. Para isso, a empresa busca apoio de investidores e Ongs.


Bola transforma chutes em energia

Em muitos países africanos, boa parte da população não tem acesso à eletricidade e acaba recorrendo às lâmpadas de querosene, um perigo para saúde. Segundo o Banco Mundial, inalar a fumaça emitida por essas lâmpadas é equivalente a fumar cerca de dois maços de cigarros por dia. Pensando em melhorar a vida dessas comunidades carentes, quatro estudantes da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram um projeto que usa o popular futebol para reduzir a exposição da população ao perigo.
Bola que transforma chutes em energia elétrica
Eles criaram a sOccket, uma bola que tem a capacidade de gerar energia a partir dos chutes dos jogadores. A energia armazenada pode ser então usada posteriormente em luminárias e lâmpadas LED de baixa tensão, ou para recarregar telefones celulares. Durante quinze minutos de jogo, a bola, que é um pouco mais pesada do que o normal (tem cerca de meio quilo) gera acumula energia suficiente para manter acesa uma lâmpada de LED por três horas. Dessa forma, as comunidades podem gerar sua própria eletricidade brincando.

Giradora: a máquina de lavar que dispensa energia

Projetada com apenas 40 dólares (cerca de 80 reais), a Giradora é uma máquina de lavar que dispensa energia elétrica e ainda poupa água. Semelhante a um cesto de roupas, ela é acionada por um pedal, e necessita apenas de um terço da água usada por aparelhos convencionais. Ela foi idealizada pelos designers Alex Cabunoc e Ji A You, que bolaram a solução depois de visitarem regiões negligenciadas pelo poder público e constatarem que os moradores perdiam de 3 a 5 horas lavando roupa na mão.
Giradora, máquina de lavar que dispensa energia elétrica
O funcionamento é bem simples: basta colocar as roupas sujas no interior, sentar sobre o aparelho que tem um tampa acolchoada, e bombear com o pé o pedal localizada na base. Quanto mais se pedala, maior a velocidade de giro e melhor o resultado final da limpeza. Além de ser econômica e ecológica, a Giradora é também mais saudável que a prática arcaica, de passar horas inclinado sobre uma pia, evitando assim efeitos colaterais indesejados como dores nas costas e lesões no punho.

Uma bicicleta de papelão de apenas 9 dólares

Embora pareça impossível, o israelense Giora Kariv mostrou que dá para construir quase qualquer coisa com papelão reciclado. Com uma bagatela de apenas 9 dólares, ele criou uma bicicleta a partir das embalagens descartadas pelo comércio. Ele acredita que sua bike ecológica pode melhorar a vida de comunidades pobres porque, além de estimular a reciclagem, ela é forte, durável e, principalmente, barata.
Mais do que uma boa dose de criatividade, o israelense precisou foi mesmo de uma enorme determinação.
Bicicleta de papelão criada pelo israelense Giora Kariv
“Não havia conhecimento no mercado sobre comotrabalhar com papelão além da confecção de embalagens. Então, fui testando métodos diferentes. Basicamente, uso a mesma técnica de dobraduras de origamis japoneses”, explica. Kariv trabalhou duro e dobrou muito papelão para chegar ao protótipo ideal, que combina o design tradicional de uma bike e a resistência – ela tem capacidade de suportar o peso de uma pessoa de até 140 quilos. O resultado impressiona: uma vez pronta, não dá nem para acreditar que é feita de papelão.
Bolsa purifica água usando raios solares
São Paulo - O acesso universal à água potável, um direito fundamental de todos, ainda está longe de ser realidade. Segundo estudo da Onu, 97 em cada 100 pessoas que moram áreas rurais de países menos desenvolvidos não contam com água canalizada, enquanto 15% da população bebe água diretamente de rios e lagoas. Pensando em revolucionar a rotina destas famílias, os designers norte-americanos Ryan Lynch e Marcus Triest criaram uma bolsa que funciona como recipiente para transporte de água e também como purificador.
Solar Bag, a bolsa que purifica água com raios do sol
A “Solar Bag”, como foi chamada, usa duas camadas de polietileno – uma transparente e outra preta no fundo – para maximizar o aproveitamento de raios ultravioletas do sol, responsáveis pela descontaminação da água. De acordo com os designers, ela é capaz de purificar 2,5 litros de água no período de seis horas, tempo que muita gente na África subsaariana leva caminhando quilômetros sob o sol ardente até uma fonte de água disponível. No fundo da bolsa, há ainda um tubo que facilita a retirada da água limpa. Outro benefício é o baixo custo da Solar Bag, de até 5 dólares, dependendo da escala de produção.





domingo, 2 de setembro de 2012

Executivo de sustentabilidade é valorizado por empresas

Falando como um apaixonado pelo tema, que já milita em prol da sustentabilidade, responsabilidade, social, desenvolvimento sustentável, direitos humanos, enfim, o nome que queiram dar há mais de 18 anos, destes 14 profissionalmente, passando por diferentes organizações e empresas e em cada um delas aprendendo um pouco mais e buscando fazer a diferença no sentido de influenciar pessoas e criar novas perspectivas para o desenvolvimento de modelos de negócios mais sustentáveis.

Além disso, hoje na condição de associado fundador e vice presidente do Conselho Deliberativo da ABRAPs e profissional atuante na área, ver esta matéria na Folha de São Paulo, mostrando de forma clara e objetiva o papel, valor e desafios do profissional de sustentabilidade que atuam nas organizações empresariais é um motivo de orgulho muito grande. Também traz uma uma sensação gostosa de trabalho bem feito, mas isto não quer dizer que já estamos com o dever cumprido, pelo contrário, ainda há muito por fazer, afinal a própria matéria retrata bem, que uma coisa é reconhecer o papel dos profissionais que militam nesta área, outra é realmente colocá-los no centro das decisões, influenciando para que boa parte das decisões de negócio considerem também outras referências, variáveis e vozes, sendo algumas pouco convencionais ao business as usual.

Afinal as questões sociais, ambientais, culturais e polítricas não estão em momento algum dissociadas das questões econômicas e de viabilidade de um negócio que deseja ser realmente sustentável e capaz de realmente agregar valor a sociedade, aos consumidores e também as seus investidores que terão a perspectiva de um negócio bem gerenciado, livre de risco evitáveis e sintonizados com as reais demandas da sociedade.

Parabéns a todos os profissionais que resolveram se dedicar a causa da sustentabilidade e um parabéns especial a toda equipe da ABRAPs que há três anos, vêem incansavelmente buscando meios de colocar o papel deste profissionais em outro patamar na sociedade e obrigado a Delloite por ter trabalhando seriamente na pesquisa.

Só orgulho e alegria!
Fabiano Rangel

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Fonte: Folha de São Paulo
ANDRÉ PALHANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
28/08/2012 - 05h00



Eles são chamados de "românticos", "idealistas" e até "utópicos". Tentam convencer seus pares de que resultados econômicos não são tudo na vida da empresa, que variáveis socioambientais precisam ser incorporadas à gestão e que o bom relacionamento com públicos até então considerados de menor importância, como ONGs e comunidades do entorno, é fundamental para o negócio.

São os profissionais de sustentabilidade, uma fauna cada vez mais representativa dentro das grandes e médias empresas, cujo trabalho é lidar com temas que vão desde a orientação do investimento social privado até a implementação de novas políticas de gestão interna.





Nos cartões de visita, nomes como Cidadania Corporativa, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável, Sustentabilidade e Ambiente, entre outros, revelam a distância de um tratamento único para o tema dentro das corporações.

A área tem despertado a atenção de executivos e de estudantes. Não apenas pela possibilidade de trabalhar com uma causa considerada nobre no árido universo corporativo, mas também pela notável ampliação da demanda por esse perfil de executivo nos últimos anos, aliada a benefícios atraentes.
"Ainda que exista dificuldade de encontrar executivos com uma visão pronta, consolidada, o que vemos hoje é uma busca permanente por esse profissional", diz Fábio Mandarano, da Delloite.

Ele coordenou uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps), que demonstra a expectativa de ampliação das equipes de sustentabilidade em uma em cada quatro empresas (26%) consultadas em 2012. Nas demais, não há previsão de cortes no período.
A pesquisa revela equivalência salarial e de benefícios dos executivos da área de sustentabilidade com os outros departamentos, que variam de R$ 2.796 a R$ 25.149, segundo a função exercida.

BARREIRAS
O aumento da demanda e os salários atrativos, porém, ainda têm reflexos tímidos sobre o que é considerado hoje um dos principais desafios desse profissional nas empresas: participar ativamente das decisões estratégicas.

Em boa parte dos casos, esses profissionais estão distantes dos centros de decisão, com acesso restrito aos principais executivos, e acabam tendo um poder limitado.
"É um erro e as empresas que o cometem correm o risco de ficar para trás. Muitas ainda não entenderam que essa área deve estar no centro das decisões, caso contrário será meramente uma peça de marketing institucional", diz Claus Richard Blau, da consultoria Korn/Ferry.

"Alcançar a representatividade necessária dentro das empresas está diretamente ligado à clareza com que as principais lideranças enxergam a sustentabilidade como valor estratégico ao negócio", diz Alexandre Mac Dowell, vice-presidente da Abraps.

sábado, 1 de setembro de 2012

Mulheres têm papel fundamental no crescimento econômico da América Latina e do Caribe

O artigo que segue abaixo, traz uma perspectiva importante de ser observada em termos de fomento ao desenvolvimento socioeconômico, direitos humanos e equidade de gênero que embora, muitas vezes seja desconsiderado pelo PIB e planejamento estratégico de financistas e empresários, guarda total relação com o desenvolvimento econômico e portanto, gera com reflexos diretos sobre o desempenho e resultados das empresas, em especial àquelas dedicadas a bens de consumo de primeira necessidade ou de valor agregado ao bem estar do lar.

Investir no desenvolvimento da mulher em países com histórico de desigualdades acentuadas e machismos como foi e é o Brasil (quem não acredita é só assistir Gabriela ou ler Jorge Amada... pois usávamos e ainda usamos as mulheres de forma unilateral de muitas formas e não apenas na cama), inclusive no reconhecimento da igualdade básica de direitos (para quem já se esqueceu, o direito ao voto feminino é recente frente a história do país), também é investir também no próprio desenvolvimento econômico e melhoria dos resultados do negócio (sendo este o argumento que mais convence a muitos capitalistas ferrenhos, que se justifica em ter que ser lucrativo ou não é coisa de empresa, porque antes disso, estamos falando de ser ético, justo e respeitoso com as relações de gênero, mas para muitos isto é conversa filosófica, teórica e ideológica).

Identificar a posição da mulher apenas como um complemento de renda é uma forma de favorecer este cenário de desigualdades e também de prejuízo aos homens, porque se de um lado elas são vistas desta forma, nos sustos econômicos os homens tende a ser os primeiros a terem seus empregos em riscos e esta relação se inverte diametralmente da noite para o dia, porque as mulheres têm menores salários (como foi feito no início da revolução industrial, grande depressão de 29 e guerras mundiais, coo dito, existem muitas formas de usar a mulher de forma conveniente e unilateral que não apenas na cama) e isto, certamente impacta nas escolhas de consumo, resultados dos negócios, produtividade do trabalho da mulher, assim como sua qualidade de vida, escolhas e papeis que assume na sociedade, mas também escraviza e vulnerabiliza o homem em dados lugares, inclusive sobre o direito não participar ativamente da vida familiar e educação dos filhos, porque isto é coisa de mulher.

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 Fonte: The World Bank 
Link: http://www.worldbank.org/pt/news/2012/08/29/women-play-key-role-in-economic-gains-in-latin-american-and-caribbean 

Mulheres têm papel fundamental no crescimento econômico da América Latina e do Caribe
Agosto 29, 2012

A participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando, principalmente nos últimos 10 anos.

World Bank DESTAQUES DO ARTIGO
• A crescente participação feminina no mercado de trabalho teve papel importante na redução da pobreza na região.
• Sem o trabalho delas, os índices de pobreza extrema na região em 2010 teriam sido 30% maiores.
• Ainda há obstáculos a vencer, incluindo a diferença salarial marcante entre homens e mulheres.

A imagem de mulheres indo trabalhar todas as manhãs nas ruas da América Latina há muito deixou de ser algo novo. Na verdade, a participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando, em particular nos últimos 10 anos. Esse crescimento deu origem a transformações sociais significativas e à melhoria das condições econômicas da região. Tanto isso é verdade que, se não houvesse mais mulheres trabalhando, os índices de extrema pobreza em 2010 teriam sido 30% maiores.

Algo muito parecido pode ser dito sobre os recentes progressos da região no que diz respeito à desigualdade social. Segundo um novo estudo do Banco Mundial – O Efeito do Poder Econômico das Mulheres na América Latina e no Caribe –, lançado hoje, no Diálogo Interamericano, em Washington, o mercado de trabalho recebeu mais mulheres de baixa renda do que as de rendimentos altos. Isso representa um dado importante na redução da pobreza na região.

Ajuda no enfrentamento aos choques econômicos Especialmente durante a crise global de 2009, o fato de as mulheres terem boa participação no mercado de trabalho ajudou a região a enfrentar os choques econômicos. Os lares que contavam somente com a renda dos homens tornaram-se mais vulneráveis do que aqueles em que o homem e a mulher trabalhavam. “Muitos homens perderam seus empregos durante a crise e contaram com a renda vinda do trabalho feminino para reduzir a pobreza”, disse Louise Cord, gerente do Banco Mundial para o Grupo de Gênero e Redução da Pobreza.

As mães solteiras que trabalham são as que enfrentam o maior risco de pobreza. De fato, as famílias urbanas em que apenas a mulher trabalha têm 1/3 a mais de chance de ser extremamente pobres do que aquelas chefiadas apenas por um homem. Na América Latina e no Caribe, o aumento da participação feminina no mercado de trabalho aparentemente corresponde a maiores taxas de ingresso das mulheres na educação.

Em muitos países da região, a lacuna de gênero na educação foi revertida: há mais mulheres do que homens frequentando a escola. Existe uma diferença salarial que desfavorece cada vez mais as profissionais qualificadas da região. Louise Cord Gerente do Banco Mundial para o Grupo de Gênero e Redução da Pobreza As mulheres ainda ganham menos No entanto, ainda há grandes obstáculos.

Mulheres em países como Chile, Brasil, México e Peru recebem salários menores que os homens, principalmente nos cargos de chefia.

Essa discrepância é cada vez maior, explica Louise Cord. “Apesar de terem diploma de ensino superior, apesar de o reconhecimento de experiência não decair tão rapidamente para as mulheres quanto para os homens, vê-se uma diferença salarial que desfavorece cada vez mais as profissionais qualificadas da região.” Além disso, as mulheres em países como o Brasil tendem a ter uma participação grande em setores de baixa produtividade.

Os índices de violência de gênero e de gravidez entre as adolescentes também tendem a ser altos na região – indicando que as mulheres têm poucas condições de fazer as próprias escolhas e alcançar seus objetivos. O relatório propõe que as políticas públicas foquem em três elementos para ajudar a aumentar o poder econômico das mulheres: ampliar as oportunidades no mercado de trabalho, aumentar a capacidade delas de traçar metas e alcançá-las e apoiar cada vez mais os lares pobres chefiados apenas pelas mulheres.

domingo, 5 de agosto de 2012

Conheça a fábrica totalmente operada por cegos nos Estados Unidos

Fonte: Portal IG - Economia e Empresa

Taxa de desemprego entre adultos cegos é de quase 70% nos EUA; proposta é aliar inclusão social e econômica com sustentabilidade

Nicole Laporte, The New York Times |
Quando Chris Yura, executivo-chefe da empresa de vestuário SustainU, estava procurando uma fábrica para produzir 24.000 camisetas, era imperativo que ela estivesse localizada dentro de um raio de 325 quilômetros de onde o tecido havia sido feito.

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A SustainU, com sede em Morgantown, West Virginia, nos Estados Unidos, utiliza diversos materiais reciclados para fazer roupas para faculdades e universidades. Como o próprio nome indica, é uma empresa comprometida com a "sustentabilidade social, econômica e ambiental", disse Yura. Custos, mas baixo custo de transporte significaria mais benefícios ambientais e um tempo de resposta mais rápido, sem mencionar que o custo de envio acabaria saindo mais barato.
Chris Keane/The New York Times
Chris Yura, executivo-chefe da SustainU: sustentabilidade social, econômica e ambiental
A empresa descobriu uma fábrica em Winston-Salem na Carolina do Norte, também nos Estados Unidos, que parecia uma escolha lógica. Mas esta não era uma fábrica comum. Operada pela Winston-Salem para Cegos, a fábrica tem uma força de trabalho que é composta por trabalhadores cegos ou deficientes visuais.
Para muitos, isto poderia ter sido um empecílio. "Mesmo que você tenha o Ato dos Deficientes ao seu lado, ainda assim não deixa de ser um desafio já que as pessoas que não estão familiarizadas com os cegos têm percepções equivocadas sobre o que eles podem ou não fazer e isso afeta suas decisões para dar a essas pessoas uma oportunidade", disse Kevin A. Lynch, presidente-executivo da empresa.
A taxa de desemprego para os adultos cegos é de quase 70% - um número que está estagnado há 30 anos, disse Lynch.

Existe uma certa noção de que contratar trabalhadores cegos - ou até mesmo qualquer trabalhador com deficiência - significa gastar mais dinheiro, tempo e recursos em seu treinamento e em equipamentos. Mas Yura disse que não percebeu nenhuma diferença no custo ou na qualidade de trabalhar com a agência de Winston-Salem.

Quando as pessoas cegas entram em contato com a agência, muitas vezes elas não possuem nenhuma experiência de trabalho. Elas são treinadas para realizar tarefas específicas e trabalham com equipamentos adaptados para ajudá-las a fazer seus trabalhos.

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Se estão fazendo lentes para óculos, por exemplo, alertas sonoros são programados para disparar para que eles saibam quando as lentes já passaram tempo suficiente em uma máquina de polimento. Ou se estão montando pára-quedas, guias de medição tátil, na forma de longos trilhos de madeira, ajudam a garantir que os comprimentos das cordas sejam todos iguais.

O treinamento oferece conhecimentos práticos e uma oportunidade de ascensão social através de aulas certificadas. Trabalhadores sem experiência recebem um salário mínimo, enquanto aqueles com alguma experiência são pagos de acordo com os trabalhadores que fazem atividades semelhantes em fábricas de outras áreas, disse Jeanne Wilkinson, vice-presidente de estratégias de negócios na Winston-Salem .
Chris Keane/The New York Times
Anastasia Powell, portadora de deficiência visual, trabalha na unidade de confecção de camisetas em uma máquina de costura projetada especificamente para ela

Anastasia Powell, mãe de três filhas que faz parte da empresa há sete anos, trabalha na unidade de camisetas. Seu trabalho é costurar os ombros. Ela recebeu quatro meses de treinamento e sua máquina de costura é projetada especificamente para ela.

O governo federal já sabe faz tempo sobre a eficácia de uma força de trabalho de deficientes físicos. Criada em 1938 como resultado de uma lei assinada pelo presidente Franklin D. Roosevelt, uma determinação legal obrigava as agências federais a comprarem produtos feitos por trabalhadores cegos.

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Desde então, o grupo e suas agências têm fabricado dos mais diversos produtos como vassouras e colchões para o governo e para os militares. (Além de roupas, a agência de Winston-Salem produz óculos para os veteranos e pára-quedas para os soldados servindo no Afeganistão.)
Mas, com a retirada gradual dos soldados dos Estados Unidos de zonas de guerra e a redução geral dos militares, o grupo nacional espera perder futuramente e fazer mais negócios com empresas do setor privado, disse Lynch.

"Eu acho que existe um interesse cada vez maior entre o público em geral na responsabilidade social e acredito que isso está sendo refletido na responsabilidade social corporativa", disse ele. "Há também um grande interesse nas coisas produzidas nos Estados Unidos."

Mostrar que produtos de alta qualidade podem ser produzidos nos Estados Unidos por pessoas cegas é uma importante característica para comercialização, disse ele.

Yura, que já está planejando contratar um outro trabalho da agência de Winston-Salem, está feliz em endossar esta mensagem. E as 24.000 camisetas que ele solicitou: "Não dá para dizer se a pessoa que fez esta camiseta era cega ou não.

No fim do dia, é um produto como qualquer outro."

sábado, 14 de julho de 2012

Consuma Consciente – Já pensou em usar uma bike?

Vejam que interessante a proposta do projeto Urban-Bike(visite o site U-Bike).

Conhecendo a proposta do site, comecei a me questionar. Por que ainda assim insistimos em investir tanto no transporte individual motorizado? Sendo que existem tantas outras alternativas, só a cidade de São Paulo, por exemplo, recebe em média 700 novos carros emplacados dia, nossas ruas estão cada vez mais cheias de carros (ou melhor, estacionamentos), considerando que mais ficam parados nas vias do que andando.
Imaginem o impacto ambiental com as emissões de CO2 e outros Gases de Efeito Estufa, com está dinâmica e mais, imaginem o custo social disso tudo, considerando que as pessoas ficam paradas no trânsito, improdutivas ou aumentando o risco de segurança porque tenderão a ganhar tempo e com isso, usar o celular ao dirigir, aumentando o risco acidentes, estresses e problemas de saúde decorrentes, inclusive o sedentarismo e obesidade, considerando que as pessoas poderiam estar usando este tempo para fazer uma atividade física.


Já imaginou o quanto tudo isto custa para o sistema os cofres públicos e privados dos sistemas de saúde? Se as empresas de saúde e seguro de vida estivessem mais atenta aumentaria o risco de sinistralidade para àqueles que passam mais de uma hora no trânsito e não só àqueles que andam de moto ou bicicleta.

Segundo dados da FGV, hoje a cidade de São Paulo apresenta um tempo médio de deslocamento de 2,5 horas, existem outros estudos que demonstram que a velocidade medida desenvolvida pelos carros não ultrapassam 12,5 km/h e falando do viés econômico, o próprio estudo da FGV demonstra que tudo isto tem um custo médio de R$27bilhões por ano, imagino que pelas razões que apontei acima e algumas outras. Lembrando que a hora parada no trânsito, quando a pessoa não desrespeita a lei e as normas de segurança falando ao celular, também são horas improdutivas, seja porque a pessoa não está trabalhando ou simplesmente deixando de usufruir de um bem ou serviço e reduzindo o giro da econômica, salvo da industria do petróleo é claro.


Um dia conversando com um colega especialista na área de saúde e segurança, ele estava quase me convencendo que mesmo a bicicleta sendo um meio de transporte mais saudável e ambientalmente bem mais correto, que não era possível que uma empresa fomentasse seu uso, porque o risco de segurança com acidentes é bem maior.

Considerando a realidade do transito em grandes e médias cidades como São Paulo, Campinas, Curitiba e tantas outras, seria obrigado a concordar com esta leitura, mas não quer dizer que eu seja obrigado a me conformar. Inclusive, porque apontei alguns fatores acima que na minha leitura são tão nocivos a saúde quanto qualquer outro acidente, provocando inclusive um aumento no risco de absenteísmo ou mesmo aumento no “turnover”. Afinal as pessoas não agüentam o tempo de deslocamento no trânsito e por vezes decidem deixar o emprego por esta razão (vejam que não estou falando apenas de distância e sim tempo, porque uma cidade como São Paulo distância e tempo não necessariamente guardam uma relação proporcional).  

Por que ao invés de fomentar tanto a indústria do transporte individual, nosso governo não investe mais em pistas seguras para os ciclistas? Melhor, porque nós não cobramos mais isto dos nossos governos? Porque o meio empresarial, com seus escritórios mesmo em centros urbanos investem mais em estacionamentos para os carros do que em vestiários para os ciclistas ou até cursos de alternativas de segurança como U-Bike que visem o uso seguro da bicicleta?

Qual é o papel do governo nesta discussão? Qual seriam o nosso papel como cidadão e o do meio empresarial nesta discussão?

Entendo eu que participação de todos é fundamental, cada um contribuindo na sua esfera de gerenciamento e controle!

Começando pelo nosso como cidadão, entendo que deveríamos fazer escolhas mais conscientes e pautadas por uma ética mais coletiva, porque a opção pelo transporte individual motorizado é sem dúvida uma escolha. Não quero fazer um juízo de valor e sim provocar a reflexão, porque muitas vezes o transporte individual motorizado se mostra necessário ou a melhor opção, mas também na maioria das vezes evitável, em especial se tivéssemos uma estrutura melhor e uma organização social que estimulasse o uso de outros meios de transporte como a bicicleta (meio de transporte em que resolvi colocar foco nesta discussão) e aqui, por exemplo, entra um, entre os muitos papéis que o meio empresarial pode exercer sobre esta discussão.

O meio empresarial, também foi acostumado a todo comodismo que transporte individual motorizado permite, criando uma espécie de “doxa” sobre a importância do transporte individual motorizado e com isso, cada vez mais amplia seus pacotes de benefícios nesta direção, com estacionamento, veículos e até auxílio combustível e manutenção. Só pela questão ambiental até é possível minimizar este impacto, incentivando a aquisição de veículos mais eficientes em termos de consumo e emissões, estimulando o uso de combustível renovável ou até elétrico se houver a disponibilidade, porém, os custos sociais de tempo, saúde e impacto sobre a dinâmica de locomoção da cidade permanecem.

Não quero aqui ser hipócrita porque também faço parte desta realidade, só quero provocar a reflexão de que existem medidas mais próximas da nossa mão, onde podemos interferir se buscarmos alternativas “fora da caixinha”, que vão desde a construção de estacionamentos para bicicletas com vestiários para banho e até subsídios para compra de bicicleta, carona solidária, transporte coletivo até horário flexível e home officer como benefícios ao invés de ter um olhar exclusivo para o transporte motorizado individual. Em suma, quero dizer que não é uma questão exclusiva do governo.

Claro que o governo tem o seu papel e este é fundamental, afinal ao invés de incentivar apenas a indústria automobilística, poderia investir mais na construção de ciclovias seguras, vestiários públicos bem estruturados e bem mantidos, estimular a indústria da bicicleta e transportes de baixo carbono.

Imaginem o quanto um programa de estímulo sobre a industria da bicicleta movimentaria a cidade, com a necessidade de construção de pistas seguras, estacionamentos dedicados com serviços de vestiários, maior utilização do transporte público de forma integrada e até sobre microeconomia, porque certamente uma série de bicicletarias iram surgir, sendo este um negócio de baixo investimento e de fácil capacitação profissional, permitiria que muitos pudessem empreender um novo negócio, assim como inúmeros encontros e atividades de lazer que seriam fomentados, movimentando economicamente os setores de serviços, lazer, turismos, alimentação e bebidas e o quanto tudo isso não geraria de arrecadação tributária e desenvolvimento.

Claro que os resultados não seriam percebidos da noite para o dia e nós ainda pensamos muito no dia de hoje apenas e de forma individual. Nossa sociedade sofre de uma fragmentação e ausência de uma ética que privilegie o coletivo, porém, iniciativas como o U-Bike e outras, nesta direção, mostra que estamos evoluindo e sustentabilidade é isso, um movimento em construção, por isso, carrego comigo está fé que amanhã será melhor que hoje e usaremos nossa rica capacidade humana de criar e recriar a benefício de todos.Ou seja, é caro, é ruim, é sofrido. Mas nem tudo está perdido: em meio a todo esse caos, lentamente começam a surgir propostas que buscam um novo caminho, que misturam iniciativa pública e privada e merecem ser notícia.

Blog: Sustentabilidade em Movimento

By Fabiano Rangel

Data: 14/07/2012

O projeto Urban Bike por exemplo, oferece o primeiro serviço de personal bikers e de cicloturismo da capital, promovido pela Green Mobility e da ONG Parada Vital, com apoio do Hotel Unique, da Caloi e da Prefeitura de São Paulo.

domingo, 24 de junho de 2012

Vinhedo cultiva uva ecológica com técnica de morango em Caxias do Sul


18/06/2012 - 11h00
Fonte: UOL - Notícias - Economia
Agência SEBRAE

Venturin Uvas Finas, de Caxias do Sul, não usa mais nenhum inseticida ou acaricida no parreiral

Mesmo em uma atividade tradicional é possível inovar. O agricultor Charles Venturin, que comanda a Venturin Uvas Finas, na serra gaúcha, introduziu uma técnica que reduz em 80% a aplicação de agrotóxicos nas uvas que são cultivadas há 60 anos por sua família, numa propriedade de 26 hectares, em Caxias do Sul.

Inspirada no cultivo de morangos, a prática consiste em cobrir cada fila de parreira com uma lona maleável, de plástico leitoso. Após anos de tentativas e erros, o resultado foi uma uva de melhor qualidade, coloração mais acentuada e um grão uniforme, com maior teor de açúcar.


Com isso, há três anos, Venturin não usa mais nenhum inseticida ou acaricida no parreiral. “Produzo uma uva ecologicamente correta”, afirma. Além de produzir uma uva mais saudável, o valor comercial também é maior. O quilo da fruta é vendido a R$ 5,10.

O agricultor também produz, anualmente, 90 toneladas de uva para vinho, comercializadas a R$ 0,57 o quilo. As duas atividades rendem, anualmente, R$ 280 mil.

A técnica ainda fez diminuir o consumo de óleo diesel nos tratores destinados à pulverização. Menos gastos, mais lucros. “Nosso caminho é ser cada vez mais sustentável para crescer ainda mais.

Ideia surgiu após um grande prejuízo

Divulgação
Cada fila de parreira é coberta com uma lona maleável, de plástico leitoso, que afasta pragas

Venturin começou a pesquisar a técnica de cultivo depois de um grande prejuízo na safra de 1996. O objetivo era economizar no plantio para tentar reverter as perdas com a produção.

Com a mudança do clima, ocasionada pelo efeito estufa, chuvas e secas fora de época, havia muito desperdício na vinícola, pois os grãos acabavam estragando com o excesso ou a falta da umidade. “Ou a gente se profissionalizava e encontrava uma solução, ou mudava de ramo”, lembra o produtor. Na época, o faturamento bruto era de R$ 50 mil ao ano.

Até chegar ao aperfeiçoamento da técnica, no entanto, a família Venturin passou por várias dificuldades e chegou a pensar em desistir da produção de uva, símbolo da família há três gerações.

Para melhorar a gestão da empresa, ele procurou o Sebrae, serviço de apoio à empresa, onde aprendeu conceitos de qualidade total com consciência ambiental. “Minha produção está no rumo certo, graças à consultoria dos técnicos”, diz.

domingo, 17 de junho de 2012

Respeito - Um valor que deveria ser incondicional a todos

Recebi esta imagem via minha rede do Facebook que a cada dia agradeço, por ter gente boa e do bem e que me agracia constantemente com coisas boas como esta.

Por isso, seria um egoismo muitoi grande da minha parte não usar deste espaço para compartilhar a mesma, porque respeito é algo que só faz bem e deveria ser diante de todos, um valor incondicional e se você ainda conseguir evoluir do repeito para valorizar e aprender com o diferente, será sem dúvidas melhor ainda. 

Certamente você entrará em um circulo virtuoso onde todos ganharão, em especial você que se permitirá a juntar muito mais gente boa na sua rede de relações, aprenderá muito mais e certamente colherá frutos fantásticos deste processo.


Foto

Afinal como aprendi com um um mestre na área (Reinaldo Bulgarelli) em minha rica e fantástica passagem pela Txai, "Diversos Somos Todos" e que bom que a vida seja assim, pois se todos fossemos iguais, imagina quão chata a vida seria???