domingo, 28 de novembro de 2010

Lançamento da Norma Internacional de Responsabilidade Social ISO 26000

Após anos de imenso trabalho que envolveu diretamente a participação de mais de 70 países, quase 400 experts, mais de 130 observadores representando seis seguimentos de stakeholders (consumidores, empresas, governo, organizações não governamentais (ONGs), trabalhadores e serviços e suportes de pesquisas) ao redor do mundo, será lançada em dezembro de 2010 a norma internacional de responsabilidade social ISO 26000.

Pode-se dizer que a norma é um marco significativo tanto sobre as referência e diretrizes de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, como também, sobre o próprio sistema ISO de normatização e certificação.

A referência é porque de um lado, a norma não teve necessariamente o papel de criar novas diretrizes, mas sim de alinhar a vasta gama de diretrizes, protocolos, normativas e legislações existentes ao redor do mundo, que visam criar direcionadores do que uma gestão organizacional, seja ela pública, privada ou social (ONGs), precisa ter de atenção e atuação para alcançar patamares mais justos, inclusivos, responsáveis e sustentáveis na geração de um legado de impactos positivos sobre sua existência e operação.

De outro, ao contrário do que estamos acostumados ver sobre as normas de padrão ISO, esta, não será certificável e aqui mora o maior aprendizado e riqueza da norma. Isso porque, nos seus primórdios ela surgiu justamente pela necessidade de se ter processos de sustentabilidade e responsabilidade social certificáveis. Porém, conforme a discussão com as diversas organizações participantes foi ganhando profundidade, foi se percebendo que o tema era excessivamente complexo para que se tenha realmente um atestado certificável.

A norma então acabou ganhando muito mais contornos de uma carta de diretrizes, mas com alguns diferenciais, entre eles entendo que dois se destacam, um deles é a existência de orientações de conduta e gestão o que não é comum em cartaz de diretrizes e o outro, que entendo ser o elemento mais rico é que construção da normar passou por um amplo e irrestrito processo de discussão multistakeholder global, o que torna suas diretrizes mais legítimas e reais.

A norma será oficialmente lançada no Brasil, no dia 08/12/2010 em evento na FIESP (São Paulo/SP), quem tiver a disponibilidade vale muito conferir. Infelizmente eu vou precisar buscar informações com amigos, pois já tenho outro compromisso agendado.

Para quem quiser, por favor, use deste espaço para compartilhar comigo e com outros visitantes e participantes dessa rede.

Mais informações sobre a ISO, acesse: http://www.ethos.org.br/iso26000/

Sobre o evento e inscrição, acesse: http://sustentabilidademovimento.blogspot.com/p/eventos-e-seminarios.html



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Novo jogo Fate of the World sobre mudanças climáticas, coloca a construção de um planeta mais sustentável na mão das pessoas

Há pelos menos cinco anos que o assunto mudanças climáticas deixou de ser exclusividade de cientistas , governantes e especialistas. Cada vez mais essa discussão vem ganhando espaço, seja no ambiente empresarial, onde executivos melhor preparados as tendências do mundo estão fazendo esforços para colocar o assunto em suas dinâmicas de planejamento (ainda que os efeitos e resultados sejam insipientes), até conversas mais amenas em happy hours e rodas de amigos.

Agora, a Red Redemption, empresa britânica especializada na criação de games, quer colocar este assunto mais próxima da população digitalmente incluída coma criação do jogo Fate of the World. A princípio, pode não parecer que não há nada de muito inovador nessa proposta, contudo, o jogo se propõe a trabalhar com dados reais, extraídos de simuladores climáticos usados pelos grandes cientistas no tema e ainda, transformar estes dados em uma linguagem acessível e prazerosa na dinâmica de quem aprecia jogos de computadores.

Considero que efetivar estes dois pontos, seria sim um salto de inovação, porque além de ajudar a quebra barreiras de entendimento sobre o nível de complexidade que há no tema mudanças climáticas, a iniciativa também aproxima mais a discussão do público jovem, nem sempre muito disposto a refletir sobre o assunto e tão pouco fazer algo a respeito.

Apenas para confirmar o que estou dizendo sobre o perfil do público jovem no Brasil, basta acessar as duas pesquisas feita pela MTV sobre o assunto, em que demonstra que apenas 20% dos jovens assumem terem um nível de consciência e práticas ambientais mais sustentáveis e responsáveis.

A previsão é que o jogo chegue oficialmente no mercado em fevereiro de 2011, após ajustes em uma versão beta que será publicada a partir de novembro de 2010 para alguns usuários.

Vamos torcer para que o jogo seja mais uma ferramenta, com condições de contribuir com esse esforço coletivo que todos temos, em encontrarmos meios mais sustentáveis e responsáveis de conviver em sociedade e com o planeta.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cinco anos de Programa Na Mão Certa - Uma história rica em defesa dos Direitos Humanos Fundamentais de Crianças e Adolescentes

O Programa Na Mão Certa, iniciativa da Childhood Brasil, organização social que tem conseguido a admirável façanha de inserir na pauta do meio empresarial, ações efetivas de enfrentamento a exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas, acaba de lançar a sistematização dos seus primeiros cinco anos de existência.

O material foi elaborado com muita transparência e em formato de relato, onde o leitor encontrará diferentes dicas, conceitos, depoimentos e ideais sobre como a sociedade e o meio empresarial pode fazer a diferença para assegurar a proteção e promoção dos direitos humanos das crianças e adolescentes.

Claro, que pela transparência com que o material se propôs a trabalhar, também relata situações de aprendizados enfrentados sobre as coisas que não funcionaram exatamente como se esperava.

Quem tiver interesse no tema, vale conhecer o Programa e acessar o material. Em especial para as muitas pessoas que militam na área da Responsabilidade Social Empresarial, porque este é um assunto de que deve ser abordado pela ótica da co-responsabilidade na construção de uma sociedade mais justa, responsável e sustentável.

Nesse sentido, acredito que ninguém discordará que a construção de uma sociedade desenvolvida é e inclusiva é totalmente incompatível com uma violação de direitos humanos como a exploração sexual que possa ser acometida contra qualquer criança e adolescente, aconteça essa onde acontecer.

Tenho muita gratidão por ter participado essa história da qual não pretendo abandonar jamais.

Link para acesso a publicação: http://www.namaocerta.org.br/sistematizacao.php

sábado, 30 de outubro de 2010

Oportunidade em ONG de Brasília

Caros, recebi recentemente indicação de uma boa oportunidade para o profissional de Marketing que queira trabalhar em uma ONG Ambiental, goste de Brasília e de desing.

Segue abaixo a descrição da vaga que recebi - Boa sorte para quem tiver interesse.

Estamos recrutando um profissional de marketing, que reúna uma visão geral de marketing, e que tenha habilidades de redação/conteúdo e também de design (inclusive saiba usar o indesign).

Super-profissional? Sim, afinal numa ONG temos que cruzar a bola e cabecear para o gol.

A vaga é em Brasília, então é uma boa oportunidade pra vir morar no Planalto Central, conhecer a Chapada e o céu maravilhoso do Cerrado.

Pra quem não conhece a The Nature Conservancy (TNC) é a maior ONG ambiental do planeta, e uma das mais antigas na área ambiental. Está presente em mais de 40 países e foi fundada em 1951.

É uma organização que mistura a paixão de trabalhar por uma causa com a possibilidade de desenvolver uma carreira num ambiente altamente profissional, nos EEUU brincam que são os ongueiros que andam de terno, mas isso não é bem verdade, o ambiente de trabalho é relaxado no âmbito vestimental, ainda que muitas vezes a TNC atue na articulação de "deals" dignos de instituições financeiras.

Para saber mais, veja
http://nature.org/ e para saber mais sobre o trabalho no Brasil http://nature.org/brasil

Contatos:

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Negligenciar o meio ambiente é abrir mão da própria saúde, alertam especialistas

Por Cristina Almeida
Especial para o UOL Ciência e Saúde

Noites mal dormidas, problemas respiratórios, dor de cabeça, ardência e ressecamento dos olhos, arritmia cardíaca. Esses são alguns dos sintomas que muita gente sentiu em agosto devido à baixa umidade do ar em certas regiões do país.

Nevoa de poeira cobre a cidade de São Paulo na manhã de 04.09.2010; a cada ano, 4.000 paulistanos morrem por problemas decorrentes da poluição

Para especialistas em ecologia médica, ciência que observa todos os fatores ambientais e suas relações com a saúde, esse fenômeno não pode ser analisado de forma isolada, pois o que se vê é a pendência de uma crise mundial que clama por solução.

Na opinião do médico Alex Botsaris, especialista em doenças infecciosas e parasitárias e autor do livro "Medicina ecológica – descubra como cuidar da sua saúde sem sacrificar o planeta" (Ed. Nova Era), doenças como o câncer, depressão, ansiedade, infertilidade, dores na coluna e problemas neurovegetativos e no fígado são exemplos de patologias que podem ter o ambiente como fator desencadeante.
“Não dá para ter saúde num planeta doente”, afirma a bióloga Waverli Maia Matarazzo Neuberger , coordenadora do Núcleo Ambiental e do Curso de Gestão Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo.

A especialista diz que, para entender esse fenômeno, primeiro é preciso lembrar que o homem não é um ser isolado, mas integrante do ecossistema. “A natureza reflete o que o homem é. Basta pensar nos rios, exatamente como o sistema circulatório do corpo humano. Para a terra, eles são as veias que permitem o fluxo da natureza. E o que temos feito com eles? É só olhar nas margens de qualquer rio para saber”, descreve. “Com o nosso corpo não agimos diferente: comemos mal, temos um estilo de vida sedentário, e o resultado são as doenças cardiovasculares”, completa.

No limite
Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas de SP, pondera que a ecologia médica não deve ser vista como um novo modelo que prega apenas atitudes politicamente corretas. Para o toxicologista, o respeito entre o homem e seu ambiente é um valor que faz parte de todas as culturas desde muito tempo. “O problema é que ele foi esquecido”, diz. “O princípio que rege esse valor se resume em não fazer para os outros o que você não deseja para si”.

Wong comenta que estamos vivendo uma situação limite, mas a maioria das pessoas está alienada ou já se esqueceu dos danos ambientais e suas consequências. Cita como exemplo Cubatão, o bairro de Ermelino Matarazzo e algumas regiões do ABC paulista, locais onde há espaços considerados desérticos em razão da desativação de lixões ou indústrias petroquímicas e automotivas. “Apesar disso, nada mudou”.

“No início da década de 2000, um condomínio popular construído em Mauá, sobre um terreno antes ocupado por um depósito de lixo a céu aberto, trouxe muitos prejuízos à saúde de seus moradores. O problema foi tão grave que a área teve que ser desocupada, sem falar da morte de uma pessoa após uma explosão causada pelo vazamento de gás metano", lembra Wong.

De acordo com os especialistas, todos os dias as pessoas estão expostas a agentes tóxicos, seja em ambientes fechados, seja nas ruas. A lista dessas substâncias é tão extensa, que nenhum deles arrisca especificá-las. Wong afirma que compostos como esses nos cercam por todos os lados; estão presentes na terra, na água e no ar.

Poluição
O médico Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), fornece alguns dados que esclarecem a situação atual. “A cidade está doente, e o danos maiores vão para as camadas sociais mais baixas. Quando há uma enchente, para elas aumenta o risco de contrair doenças como a leptospirose e a hepatite B”.

Saldiva cita outro exemplo de desigualdade: todos convivem com a poluição. Mas quem anda pelos corredores e principais avenidas, à espera de ônibus, está mais exposto às altas doses de gases emitidos pelos ônibus, capazes de poluir nove vezes mais do que os veículos europeus.

O médico conta que esse tipo de poluição é a causa de 1 em cada 10 infartos, e 8 em cada 100 cânceres do pulmão em não fumantes.

Ele também informa que, a cada ano, 4.000 paulistanos morrem por problemas decorrentes da poluição; no mesmo período há 100 óbitos por Aids e 500 por tuberculose. “Enquanto isso, a quantidade de carros continua aumentando, ainda que nos horários de pico a velocidade máxima seja de 8 km por hora”, critica.

"Concluímos que a exposição a altos níveis de poluentes atmosféricos pode influenciar até no sexo dos bebês, fazendo prevalecer o nascimento de meninas" - Simone El Khouri Miraglia, professora do curso de engenharia química da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A engenheira química Simone El Khouri Miraglia, professora do curso de engenharia química da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), coautora de um estudo publicado recentemente na revista "Fertility and Sterility", mostra como a poluição tem efeitos que muita gente jamais associaria ao meio ambiente: “Concluímos que a exposição a altos níveis de poluentes atmosféricos pode influenciar até no sexo dos bebês, fazendo prevalecer o nascimento de meninas”.

A alta concentração de poluentes aumenta também a frequência nos pronto-socorros. As pessoas são medicadas e voltam para suas casas. Segundo Neuberger, “Esses pacientes são verdadeiros sentinelas que anunciam a necessidade de uma mudança”.

Agentes de maior risco
Para o infectologista Botsaris, embora seja difícil enumerar tantos agentes tóxicos, existem grupos que ele considera mais agressivos para a saúde: os defensivos agrícolas, metais pesados (chumbo, cobre etc), policlorados (substâncias usadas pela indústria de eletroeletrônicos), bem como polímeros antichamas, capazes de penetrar no corpo humano por meio da pele. “Existem ainda as dioxinas, formadas a partir de plásticos e outras químicas. Quando há combustão desses produtos, eles são altamente tóxicos, mesmo em pequenas quantidades”, diz.

As pessoas mais suscetíveis ao impacto desses poluentes são as crianças, os idosos e os portadores de doenças crônicas. Mas na opinião de Fernando Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Unifesp e diretor do Centro de Ecologia Médica Florescer da Mata, os mais sensíveis são os que fazem as coisas de forma automática, sem tomar contato com a própria intuição. Esse seria o perfil dos que têm um estilo de vida estressado, dão pouca atenção ao sono e à alimentação. “Agir assim, leva naturalmente a alterações nas defesas naturais do organismo. Aí a doença se manifesta para lembrar a importância de buscar o equilíbrio. A pessoa pode ser fiel a isso, mudar a vida e se recuperar. Ou não!”.

Luz no fim do túnel?
Os especialistas são unânimes quanto ao fato de que estamos longe de políticas sanitárias e ambientais sérias, capazes de garantir sustentabilidade e evitar custos na saúde. “Os custos não são só de natureza econômica. Há ainda um preço a ser pago pela perda de bem-estar, longevidade, faltas no trabalho, sem falar do sofrimento causado por todas essas circunstâncias”, diz Miraglia.

Saldiva pondera que as pessoas têm falado muito e feito pouco. Na sua opinião, “educação, exemplo, noção de limites e de aspectos éticos, bem como eventual litigância, podem ser a solução do problema”.

Wong diz que o ideal seria a conscientização em massa de que as ações atuais afetam a sociedade e o ambiente como um todo e interagem entre si. Embora se saiba que nem todos ainda foram afetados diretamente pelas consequências da degradação ambiental, “é preciso ter em mente que o conjunto desses fatores contribui para a diminuição da qualidade de vida, tornam as pessoas mais suscetíveis fisicamente, o que resulta no aumento do risco de doenças”.

“Parece utópico dizer que cada um precisa fazer sua parte. Mas continuar nesse ritmo e condições levará à inviabilidade da vida para as próximas gerações. Não temos muita saída: ou consertamos isso, ou não teremos mais onde ficar”, conclui o toxicologista.

Fonte: Uol Ciências e Saúde – Notícias
Link: http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/09/10/exposicao-a-substancias-toxicas-pode-ocorrer-dentro-de-casa.jhtm
Data: 10/09/2010

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Empresas começam a pagar por uso de água do São Francisco

As empresas localizadas na Bacia do Rio São Francisco começaram no mês de agosto a pagar pela utilização da água do rio e seus afluentes. De acordo com a Agência Nacional das Águas (ANA), os boletos de 2010 já foram distribuídos e estima-se uma arrecadação de R$ 10 milhões até o fim do ano. O valor cobrado das empresas corresponde ao período de julho a dezembro.

A cobrança está prevista na Lei nº 9.433/97, conhecida como Lei das Águas e, de acordo com a ANA, os recursos serão integralmente repassados ao Comitê de Bacia do São Francisco para serem aplicados em ações de recuperação do rio.

Estão sujeitos à cobrança as empresas que captam mais de 4 litros de água por segundo, equivalente a 14,4 metros cúbicos por hora. As empresas que também lançam efluentes nos rios da Bacia do São Francisco também poderão pagar pelo uso. O cálculo do valor da cobrança é baseado na outorga pelo uso da água concedida pela ANA aos usuários.

De acordo com o diretor-presidente da ANA, Vicente Abreu, a cobrança não é um imposto. “É importante ressaltar que a cobrança pelo uso da água dos rios não é um imposto, mas um preço público definido em consenso pelo próprio comitê de bacia e quem paga são usuários do rio, como se faz em um condomínio, por exemplo”, explicou.

por Agência Brasil

BP já pagou quase US$ 400 mi em indenizações por vazamento

Companhia petrolífera emitiu 127 mil cheques que, somados, acumulam US$ 399 milhões

Por Agência EFE

WASHINGTON - A BP anunciou nesta segunda-feira que pagou US$ 399 milhões em processos relacionados ao vazamento de petróleo no Golfo do México durante as 16 semanas nas quais administrou sozinha as tarefas de indenização do desastre.


Na quarta-feira, a BP deixou de aceitar novas denúncias pelo derramamento. A tarefa passou para o Centro de Reivindicações do Golfo do México (GCCF, em inglês), entidade independente criada especificamente para isso.


A companhia petrolífera aproveitou a ocasião para informar que tramitou 154 mil reivindicações e recebeu 166 mil chamadas, após as quais emitiu 127 mil cheques que, somados, acumulam US$ 399 milhões.


A partir de agora, será o GCCF que pagará as multas por meio de um fundo de US$ 20 bilhões montado pela BP em uma conta que será administrada por terceiros e supervisionada pelo advogado Kenneth Feinberg.


Fonte: Época Negócios

Data:24/08/2010

BP gastou US$ 1 mi por semana em publicidade após o vazamento

Os anúncios exibidos pela imprensa americana mostram funcionários da BP participando do esforço de limpeza do vazamento e explicando o que a companhia estava fazendo para ajudar a reabilitar as regiões afetadas pela contaminação

Por Agência EFE

Londres, 29 ago (EFE).- A companhia petrolífera britânica gastou US$ 1 milhão (784,6 mil euro) por semana em anúncios de rádio e televisão após a explosão em abril da plataforma "Deepwater Horizon", que causou o vazamento de petróleo no Golfo do México, segundo o jornal britânico "The Sunday Telegraph".

Essa mesma informação havia sido solicitada pela comissão de Energia e Comércio da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, cujo relatório com os detalhes será entregue amanhã.
Os anúncios exibidos pela imprensa americana mostram funcionários da BP participando do esforço de limpeza do vazamento e explicando o que a companhia estava fazendo para ajudar a reabilitar as regiões afetadas pela contaminação.

O presidente americano, Barack Obama, criticou a BP. Ele disse não querer ouvir falar em quantia gasta em publicidade em um momento em que falta trabalho aos pescadores e às pequenas empresas no Golfo.

Um porta-voz da companhia declarou hoje que "nos anúncios nos EUA após a tragédia da "Deepwater Horizon" têm o objetivo de assegurar à população o cumprimento dos compromissos e dizer como podem receber ajudas, especialmente no que se refere às compensações". "É um instrumento importante que nos auxilia a ser transparentes", argumentou.

O porta-voz não quis comentar o número que detalha hoje "The Sunday Telegraph", mas lembrou que o custo total da resposta ao vazamento por parte da companhia soma até o momento US$ 6,1 bilhão (4,786 bilhões de euros).

Fonte: Época Negócios

Data: 26/08/2010

Identificada mancha de petróleo na área do novo acidente no Golfo

A plataforma, chamada Vermilion Oil Rig 380, está a cerca de 160 quilômetros ao sul do litoral da Louisiana e está nos arredores da plataforma acidentada.

Por Agência EFE

Washington, 2 set (EFE).- Um incêndio em uma plataforma petrolífera no Golfo do México, de propriedade da empresa Mariner Energy, voltou hoje a colocar os Estados Unidos em alerta diante da possibilidade de um novo vazamento nas mesmas águas do causado pela BP, o maior da história do país.

A plataforma acidentada hoje se encontra a oeste da Deepwater Horizon, administrada pela BP, onde uma explosão provocou, em abril, a morte de 11 operários e, após seu afundamento dois dias depois, o vazamento de petróleo de um poço.

A princípio, as autoridades haviam informado sobre uma mancha de petróleo na área do acidente. No entanto, um porta-voz da Guarda Litorânea dos EUA, Peter Troedsson, voltou atrás e disse que "não há sinais" de petróleo ao redor da plataforma.

As 13 pessoas que se encontravam nas instalações pularam na água após um incêndio aparentemente provocado por uma explosão.

Os afetados foram encontrados juntos com trajes especiais para se proteger de hipotermia e resgatados pelo navio Crystal Clear. Os trabalhadores foram levados a uma plataforma próxima e, depois, a um hospital em terra firme.

Um deles ficou ferido, segundo disse à "CNN" outro porta-voz da Guarda Litorânea, Bill Colclough.

A plataforma, chamada Vermilion Oil Rig 380, está a cerca de 160 quilômetros ao sul do litoral da Louisiana. Sua proprietária, a Mariner Energy, é uma empresa de gás e petróleo com sede em Houston (Texas).

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, informou em entrevista coletiva que o poço da plataforma da Mariner Energy "não está ativo", algo que foi confirmado à "CNN" por um porta-voz da empresa, Patrick Cassady.

Concretamente, Cassady disse que "não há operações de perfuração" nessa plataforma, da qual dependem sete poços petrolíferos e que está a cerca de 100 metros de profundidade.

A "pouca profundidade" também foi citada por Gibbs, já que a plataforma administrada pela BP estava a cerca de 1.500 metros, um dos principais obstáculos para as tarefas de bloquear o vazamento.

"Me informaram que a profundidade de água é de 100 metros. Esta não é uma instalação de águas profundas", disse o porta-voz governamental.

O Governo americano está preparado para responder contra uma possível poluição das águas, com os recursos "prontos" para atuar, disse Gibbs.

O governador da Louisiana, Bobby Jindal, que seguiu de perto durante os últimos meses as tarefas de limpeza do acidente da BP, compareceu em entrevista coletiva para informar sobre as operações de emergência.

Segundo manifestou, os trabalhadores "pararam a produção" de petróleo, uma ação que avaliou como "um passo muito importante" para evitar catástrofes maiores.

No momento, a plataforma não estava extraindo petróleo ou gás e as autoridades não puderam determinar as causas e circunstâncias do incidente.

A Guarda Litorânea recebeu as primeiras informações de uma explosão na plataforma por volta das 11h30 no horário de Brasília e deslocou para o local nove helicópteros de resgate procedentes de Nova Orleans e Houston, um pequeno avião do Alabama e quatro navios.

Segundo o site da empresa, a Mariner Energy está entre as maiores companhias independentes de gás e petróleo que operam no Golfo do México e, no final de 2009, participava de mais de 35 projetos em águas profundas, dos quais operava mais da metade.

Após a informação do incidente, a cotação de suas ações na Bolsa de Nova York caiu 5%, mas um pouco antes do fechamento retrocedeu 2,53%.

O incidente acontece no meio do debate sobre os riscos de extrair petróleo em águas profundas, os perigos que foram avaliados pelo Congresso e o Governo desde que aconteceu o vazamento da BP.

A Casa Branca emitiu, no final de maio, uma moratória contra as perfurações por causa do acidente, mas um juiz a declarou inválida em junho.

No entanto, o Departamento do Interior impôs, em julho, uma nova moratória, suspendendo as perfurações petrolíferas até 30 de novembro. EFE

Fonte: Época Negócios
Data: 02/09/2010

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Viralize esse assunto - Vídeo da campanha da Childhood Brasil contra o abuso sexual de crianças e adolescentes

Viralize esse assunto

Assista ao vídeo da nova Campanha da Childhood Brasil que irá circular nas redes do Cinemark nos próximos dias.

Lembrando que o objetivo da campanha é sensibilizar a sociedade brasileira, sobre importância de se enfrentar a violência sexual cometida contra crianças e adolescentes.

Segundo dados do Ligue 100, canal de denúncias da Secretária de Direitos Humanos ligada ao Ministério da Justifiça, entre 2003 e 2010, o serviço recebeu cerca de 2,4 milhões de ligações com denúncias. Destas, 125 mil se concretizaram em denúncias de fato para apuração e providências. Um número muito além da nossa imaginação e claro, do nosso desejo.

Um país que quer ser o país do fututo, precisa preservar e assegurar o desenvolvimento das crianças e adolescentes do presente. Atenção e cuidados básicos, como, por exemplo, conversar mais sobre o assunto com colegas, familiares e até mesmo no trabalho, podem fazer toda a diferença.

Viralize!

Walmart assina com Programa Na Mão Certa

CBN - A rádio que toca notícia - Responsabilidade Social

Ouça no link da matéria na CBN sobre a adesão do Walmart ao Pacto Empresarial Contra Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Brasileiras.

A primeira vista, este pode ser um tema disntante do meio empresarial, o que é um grande equívoco. Está cada vez mais evidente que questões sociais, ambientais e econômicas, não estão dissociadas.

Uma empresa responsável, precisa incorporar de forma integra e integrada as diferentes demandas da sociedade, que vão muito além do negócio da organização propriamente dita. Iniciativas como essas podem ajudar e muitos as organizações corporativas tomar contato com outras realidades e expandir esse entendimento e agir sobre.

Veja mais: http://www.namaocerta.org.br/

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Filantropia chegou a US$ 303 bilhões nos EUA em 2009

O valor foi equivalente ao PIB da Áustria, da Grécia ou das Filipinas. Desafio foi lançado pelos bilionários Bill Gates e Warren Buffett e surpreendeu analistas

Por Agência Estado
Data: 23/08/2010

Washington - O desafio bem-sucedido dos bilionários Bill Gates e Warren Buffett de convencer seus pares a doar metade de suas fortunas para a benemerência em uma época de vacas magras provocou surpresa até mesmo em uma sociedade na qual a filantropia é um consagrado business. As doações nos Estados Unidos atingiram US$ 303,8 bilhões no ano passado, quando a recessão americana provocou uma queda no total de doações de 3,6% em relação a 2008, segundo a Given USA Foundation. O valor foi equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Áustria, da Grécia ou das Filipinas.

Nos primeiros apelos da dupla biliardária, durante jantares organizados desde 2009, pelo menos 40 afortunados aderiram à causa do Compromisso de Dar, como foi batizada a iniciativa. As adoções por cinco deles corresponderam a US$ 2,4 bilhões. A proposta de instigar a doação de metade do patrimônio, em vida ou depois da morte, entre os americanos mais ricos, surpreendeu por ter sido lançada em um momento em que a atividade econômica apontava recuperação muito modesta.

Segundo Paul Brest, presidente da Fundação William e Flora Hewlett e autor do livro "Money Well Spent" (Dinheiro Bem Gasto), o movimento liderado pelo dono da Microsoft e pelo consagrado megainvestidor foi motivado por suas convicções pessoais. Mas, para Brest, terá feito um bem danado a seus negócios. "Doar é um grande negócio. Melhora a imagem de empresários diante dos funcionários e da sociedade, traz o reconhecimento da comunidade aos doadores individuais e ainda garante dedução de imposto", afirmou.

Gates é o segundo homem mais rico do mundo, com um patrimônio de US$ 53 bilhões, segundo ranking da revista Forbes. Presidente do conglomerado americano Berkshire Hathaway, Buffett possui uma fortuna um pouco menor, de US$ 47 bilhões, da qual uma fatia de 85% será destinada à Fundação Bill & Melinda Gates depois de sua morte. Ambos já eram conhecidos como filantropos nos EUA. Agora, essa imagem está consolidada mundo afora. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

IFC revisa critérios socioambientais para empréstimos a emergentes

Data: 24/08/2010
Fonte: Valor Econômico

O IFC está revisando seus critérios socioambientais para empréstimos ao setor privado em países emergentes. As novas exigências serão apresentadas no primeiro semestre de 2011, e deverão incluir aspectos desconsiderados hoje na análise para concessão de crédito, como emissões de gases-estufa e o impacto das atividades da empresa na cadeia produtiva. Essa é a primeira revisão feita pelo IFC desde 2006, quando o braço para investimentos do Banco Mundial criou seus padrões de performance social e ambiental. Recentemente, um balanço sobre os três primeiros anos da instituição já havia detectado brechas.

"O mundo mudou desde 2006 e precisamos nos adaptar às mudanças", afirmou Aaron Rosenberg, diretor de assuntos corporativos do IFC, em entrevista ao Valor. Também foram apontadas ambiguidade de linguagem e pouca clareza nas informações prestadas aos clientes sobre os padrões de performance socioambiental.

No último ano, o IFC foi alvo de fortes críticas de organizações ambientais por problemas na Ásia com o setor de óleo de palma (dendê), acusado de promover o desmatamento. E teve o primeiro caso, no Brasil, de uma empresa a devolver o empréstimo - o então frigorífico Bertin, adquirido pelo Grupo JBS, que obteve US$ 90 milhões para implantar um projeto de produção sustentável de carne em sua unidade de Marabá, Pará.

O contrato foi rompido após o Greenpeace e o Ministério Público Federal denunciarem o Bertin por contribuição para o desmatamento da Amazônia. Segundo fontes, financiar o projeto deixou o IFC em posição desconfortável. A instituição afirmou que os US$ 60 milhões que haviam sido liberados ao frigorífico já foram quitados.

Embora não tenham provocado a revisão dos padrões de performance socioambiental do IFC, que já era prevista, os escândalos influenciaram o debate e levaram à determinação de interromper os empréstimos ao setor de palma na Ásia. No Brasil, novos investimentos no setor agropecuário foram nulos no ano fiscal americano de 2010, encerrado em 30 de junho.

"Isso não está associado ao caso Bertin nem quer dizer que o setor agropecuário perdeu importância no Brasil. Estamos analisando novos projetos para este ano em soja, suínos e trading", afirmou Andrew Gunther, gerente-geral do IFC para o Brasil. Na opinião do executivo, o episódio foi positivo porque criou grupos de trabalho para discutir a sustentabilidade na Amazônia e levou a instituição de fomento a aprender mais sobre o setor. "Se quisermos fazer a diferença, teremos às vezes que trabalhar em projetos controversos", disse.

A revisão global dos padrões de performance socioambiental envolve uma miríade de grupos, de bancos multilaterais, instituições financeiras e agências da ONU a povos indígenas, ONGs ambientalistas, sindicatos e empresas. Também participam consultores do Brasil, Índia, Reino Unido, África do Sul, Malásia e Washington.

O período de consultas entrou na segunda fase e são esperadas mudanças importantes como a inclusão das mudanças climáticas. Entre as sugestões feitas, está a remoção da possibilidade de os clientes do IFC compensarem suas emissões de gases de feito estufa. Em vez disso, defendem a determinação de que sejam apresentadas opções para adoção de tecnologias de baixo carbono.

Além disso, tomadores de empréstimos deveriam quantificar emissões diretas e indiretas de projetos que provoquem mudança no uso da terra - responsabilidade que seria estendida também aos financiadores intermediários. A revisão contempla ainda aspectos como contaminação de solo e água e os desdobramentos legais desses tópicos. Consultores pediram também uma definição mais clara sobre a cadeia produtiva e suas responsabilidades.

Para Rosenberg, a introdução de novos padrões não deve tornar a análise dos empréstimos mais morosa. "Os novos padrões terão de ser incorporados ao longo do tempo e teremos de aumentar a assistência técnica a empresas e governos para que [as exigências] sejam atendidas", disse. O IFC aprovou US$ 18 bilhões no ano fiscal de 2010, sendo US$ 1,5 bilhão ao Brasil. A maior parte desse dinheiro - US$ 787 milhões - foi direcionada para o financiamento à exportação.

Fonte: Jornal Valor Econômico

Contratações em meio ambiente e direitos humanos | Grande Angular

Contratações em meio ambiente e direitos humanos Grande Angular

Segue neste post link com uma série de vagas na áreas de direitos humanos, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.

Boa sorte!

Siderúrgica CSA é multada em R$ 1,8 milhão por poluição

Fonte: Época Negócios On Line
Data: 23/08/2010

A empresa tem um prazo de 15 dias para recorrer. Problema de emissão de partículas teria sido gerado por funcionamento do alto-forno.

Por Agência Estado

Rio - A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) será multada em R$ 1,8 milhão por causa da poluição provocada por material particulado que se espalhou nos entornos da empresa, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com a secretária de Estado do Ambiente, Marilene Ramos, a empresa tem um prazo de 15 dias para recorrer. "Está sendo demonstrado que houve falhas no projeto, que causaram problemas gravíssimos à população", afirmou.

Segundo Marilene, o problema ocorreu porque a máquina de lingotamento não está tendo capacidade de receber todo o ferro-gusa que sai do alto-forno. Por causa disso, o material é vertido em poços de emergência. A secretária informou ainda que, desde a segunda-feira da semana passada, a CSA reforçou a rede de água que faz a umidificação desse material.

Na última terça-feira, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão vinculado à secretaria, autuou a siderúrgica - parceria da alemã ThyssenKrupp com a Vale - depois que técnicos identificaram que as partículas provinham, principalmente, da operação de basculamento e resfriamento do ferro-gusa, não lingotado, em poços de emergência, após serem produzidos no alto-forno, devido a problemas ocorridos nas máquinas de lingotamento.

(Glauber Gonçalves)

CSA é autuada por poluição e terá de reduzir produção

Fonte: Época Negócios On Line
Data: 17/08/2010


Siderúrgica pode pagar multa de R$ 800 a R$ 2 milhões por jogar partículas na atmosfera acima do permitido. Empresa terá de reduzir a produção de seu alto-forno em cinco dias

Por Agência Estado

A CSA, siderúrgica inaugurada em julho na zona oeste do Rio, foi autuada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria Estadual do Ambiente (SAE), por poluição causada por material particulado. O valor da multa pode variar de R$ 800 a R$ 2 milhões e será definido após análise do relatório de vistoria e de reunião com técnicos da empresa, marcada para hoje.

A CSA foi notificada a reduzir a produção do seu alto-forno num prazo de cinco dias. Caso não cumpra com o estabelecido, pode ser multada novamente e interditada. Na última sexta-feira, dia 13, técnicos do Inea fizeram uma vistoria nos locais atingidos pelas partículas e também no interior da empresa, depois de receber denúncias de moradores da região, informou a assessoria de imprensa.

Hoje, os técnicos do órgão fizeram uma nova visita ao local. O Inea constatou que as partículas provinham, principalmente, da operação de basculamento e resfriamento do ferro-gusa, não lingotado, em poços de emergência, depois de serem produzidos no alto-forno, devido a problemas ocorridos nas máquinas de lingotamento. Em virtude da poluição provocada nas vizinhanças, a CSA será multada por crime ambiental, de acordo com a Lei nº 3.467/2000. A companhia é uma parceria da Vale com a alemã ThyssenKrupp.

Childhood Brasil - Viralize e faça a diferença

A Childhood Brasil é organização social de direitos humanos, fundada pela Rainha Silvia da Suécia, já qualificada como OSCIP vem desde 1999 desenvolvendo um bom trabalho no Brasil de enfrentamento a toda forma de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Nesta semana a organização coloca no "ar" sua nova campanha institucional, com o objetivo de sensibilizar a sociedade brasileira sobre a necessidade de se enfrentar o abuso sexual que infelizmente ocorre contra crianças e adolescentes.

Faça parte dessa campanha também - Viralize e conheça mais sobre o trabalho da organização http://www.wcf.org.br/


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Padrões socioambientais tendem a funcionar como parâmetros para todo um setor

*Ricardo Abramovay, no jornal Valor Econômico
Data: 20/08/2010 - página A 12.

Ana Carolina Negri/Valor
As condições de funcionamento dos mercados de algumas das principais commodities brasileiras transformaram-se de forma impressionante nos últimos cinco anos. Soja, biocombustíveis, madeira, carne, algodão, óleo de palma estão entre os produtos cujos mercados passam a organizar-se de forma crescente com a participação de organizações não governamentais (ONGs) em seu interior.

Além da agropecuária, o Instituto Carvão Social é uma iniciativa compulsória que controla condições de trabalho na cadeia da siderurgia. A mudança é de mão dupla: as empresas e as associações empresariais passam a procurar parâmetros de julgamento de suas atividades que vão muito além do balanço contábil ou da remuneração dos acionistas. Isso supõe a formulação de vários indicadores como o uso de materiais e energia, o balanço de emissões de gases de efeito estufa e o conhecimento dos impactos do que fazem as firmas tanto sobre a biodiversidade como sobre as populações que se encontram ao longo de suas cadeias de valor. Por outro lado, as próprias ONGs também alteram seus procedimentos. Tornam-se protagonistas de negociações diretas com o setor privado, o que exige preparação técnica e um tipo de agenda quase ausente de seu horizonte até poucos anos atrás.

Um dos resultados dessa dupla mudança nas empresas e nas ONGs são iniciativas apoiadas na participação de atores sociais variados (“multistakeholders”) em mesas redondas internacionais com a ambição de chegar a padrões socioambientais capazes de interferir de forma decisiva na governança dos mercados. Benjamin Cashore, professor da Universidade de Yale, mostra que essa “governança não estatal dirigida pelo mercado” (“non state market driven governance”) vai muito além de uma atitude ocasional e oportunista, pois cria um conjunto de normas e valores aos quais os protagonistas (empresas, ONGs, organizações de consumidores e os próprios governos) aderem de forma crescente. Forma-se uma espécie de complexo “ONGs/indústria” exprimindo um novo padrão de regulação privada transnacional.

A cadeia de demandas e de garantias embutidas na licença para operar das empresas vai muito além do que é negociado habitualmente nas cadeias de suprimento. Não se trata apenas da acusação direta a alguns setores e empresas com condutas especialmente danosas. Muito mais que isso, trata-se de organizar os mercados com base na tentativa de expor publicamente seus principais impactos socioambientais.

Um dos mais bem sucedidos exemplos nessa direção é a moratória da soja, na Amazônia, que, desde 2006, põe em prática um sistema em que as empresas participantes não compram o produto vindo de áreas recentemente desmatadas. Não é possível conhecer ainda os efeitos do caso mais recente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável, mas não é irrelevante assinalar que os compromissos inicialmente adotados tiveram como ponto de partida o consenso de que a produção economicamente viável de carne no Brasil pode ser levada adiante sem que o desmatamento prossiga.

A pesquisa recente sobre esse tema mostra ao menos quatro traços importantes dessas novas formas de organização dos mercados. Em primeiro lugar, mesmo que inspiradas inicialmente em produtos de nicho (agricultura orgânica, café e cacau de comércio justo – “fair trade”, entre outros), compromissos em torno de padrões produtivos entram de forma impressionante no mundo dos produtos indiferenciados, das commodities: o respeito aos parâmetros da Better Sugar Initiative, por exemplo, deverá ser uma condição decisiva para que o etanol brasileiro possa fazer parte da descarbonização da matriz energética dos transportes na União Europeia. Padrões socioambientais tendem a funcionar como parâmetros que regem o comportamento de todo um setor e não apenas como traço particular de certos produtos especiais.

O segundo traço fundamental destas novas formas de certificação é que elas tendem a atingir segmentos altamente internacionalizados: em mercados globais aumentam as chances de pressão social e os riscos empresariais de perda de reputação no caso de denúncias com alta repercussão pela mídia.

Ao mesmo tempo, como mostram os trabalhos recentes de Thierry Hommel, pesquisador francês da Fondation Nationale des Sciences Politiques, nem todas as firmas são igualmente sensíveis a essas pressões: empresas cujos ativos não são facilmente transferíveis e que contam com grandes investimentos iniciais são mais propensas ao diálogo social, como forma de afirmação diante da concorrência, do que aquelas marcadas por maior mobilidade.

Seria, no entanto, uma ambição tecnocrática imaginar que certificações pudessem chegar a um conjunto coerente e unitário dizendo de uma vez por todas quais as melhores práticas para cada setor. Exatamente por se tratar de um processo tenso e conflituoso de construção social, os indicadores de conduta socioambiental adequada são muito variados. Examinar esses parâmetros como expressão dos interesses e da força dos diferentes participantes nessas iniciativas é uma das mais férteis linhas de pesquisa nessa direção.

A quarta característica é que exatamente por se tratar cada vez menos de produtos de nicho, esses padrões socioambientais só podem operar de forma minimamente eficiente com base em interação construtiva com o Estado: que se trate da necessidade de regularizar a questão fundiária na Amazônia e na Indonésia ou do cumprimento da legislação ambiental e trabalhista, as exigências socioambientais do setor privado dificilmente podem ser cumpridas sem um aparato legislativo e um corpo administrativo estatal minimamente eficiente.

Esses temas serão discutidos num workshop internacional com a presença de pesquisadores latino-americanos, dos Estados Unidos e da França organizado pelo Núcleo de Economia Socioambiental da FEA/USP, pela Universidade do Texas, com apoio da Associação Latino-americana de Sociologia (LASA) e da Fapesp. O workshop (“Civil-Society-Led Corporate Governance in Latin America: Critical Research Issues and Opportunities for Collaboration”), acontece nos dias 30 e 31 de agosto na FEA/USP. Para outras informações, ver www.nesa.org.br/ .

*Ricardo Abramovay é professor titular do departamento de Economia da FEA/USP, coordenador de seu Núcleo de Economia Socioambiental, pesquisador do CNPq e da FAPESP www.abramovay.pro.br/

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Últimos dias para se inscrever no Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais

Estudantes engajados em projetos socioambientais podem se inscrever até 27 de agosto e concorrer a um intercâmbio na Alemanha

As inscrições para a 7ª edição do Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais terminam na sexta-feira, dia 27. Em uma parceria mundial entre a empresa alemã e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os vencedores dos quatro melhores projetos socioambientais irão representar o Brasil no Encontro Internacional de Jovens Embaixadores Ambientais na Alemanha, em novembro deste ano. O programa possibilitará o intercâmbio com os vencedores de outros 17 países da América Latina, Ásia e África, além de palestras e visitas a instituições com as melhores práticas ambientais germânicas. Todas as despesas da viagem serão pagas pela Bayer.

Para se inscrever, o jovem deve acessar o site bayer.com.br/bayerjovens e descrever o projeto ambiental ou de responsabilidade social do qual participa, incluindo quais atividades realiza, os benefícios da iniciativa e quais resultados já alcançados. O projeto pode ser uma iniciativa própria ou conduzida por intermédio da iniciativa privada, de associações, entidades e/ou Organizações Não Governamentais (ONGs). Também é necessário que o jovem esteja regularmente matriculado no ensino médio, cursos universitários ou de pós-graduação reconhecidos pelo MEC, além de ter entre 18 e 24 anos de idade e falar inglês.

Acesse nossas Redes Sociais e conheça mais sobre o Bayer Jovens:

Site: www.bayer.com.br/bayerjovens
Blog: http://portaldovoluntario.org.br/blogs/83968
Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=104503165
Twitter: http://twitter.com/bayerjovens
Facebook: http://www.facebook.com/bayerjovens


Mais informações à imprensa:

Débora Vieira (dvieira@jeffreygroup.com)
(11) 2165-1627
Victor Francisco (vfrancisco@jeffreygroup.com)
(11) 2165-1649

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Construa um mundo melhor - Uma boa jogada de Marina Silva!

Por: Blog Sustentabilidade em Movimento*

Independente da posição partidária, vejo o jogo (Construa Um Mundo Melhor) lançado no dia 18/08/201 para apoiar a campanha da Marina Silva, como uma proposta bem interessante.

Na minha leitura o jogo se bem divulgado terá um enorme potencial de envolver mais gente ausente da discussão política, um processo que só pode agregar na promoção e valorização da democracia. Isso porque o jogo tem uma dinâmica simples que não só facilita entender o que é um plano de governo, o que deve ser esperado de um presidenciável e claro de um candidato eleito, como coloca as pessoas como protagonistas desta posição.

Vejo a iniciativa com muito apreço, em que por meio da agenda do desenvolvimento sustentável, sua campanha está conseguindo ao meu ver, inovar a dinâmica eleitoral, fazendo um bom uso das mídias eletrônicas e das redes sociais, indo muito além da publicidade e do marketing. Neste ponto, me parece que sua campanha está conseguindo se espelhar na estratégia Obama, buscando gerar envolvimento e engajamento da população para sua proposta de governo.

Também se percebesse em sua campanha, um esforço de tornar a política um assunto mais interessante para muita gente, fator importante para um país que quer se desenvolver democraticamente.

Outro elemento de sua campanha que vejo como positivo, por isso, não poderia deixar de mencionar é o fato da sua plataforma pautar novos desafios para o país, que o Brasil precisa colocar sobre a mesa e envolver muito mais gente nessa discussão. Precisamos de mais pessoas discutindo como o país fará para assegurar uma rota de crescimento (desejada por todos) na proporção que estamos indo de forma mais justa, responsável e sustentável, considerando a todos em todos os lugares.

Haverá quem diga que isso é utopia.
Pois que seja uma utopia então.
Afinal a utopia também serve para gerar sonhos, criar expectativas e nos ajudar a construir novos caminhos.

*O Blog Sustentabilidade em Movimento é um espaço aberto que criei, com o objetivo de compartilhar de forma livre, minhas leituras e reflexões sobre as diferentes dimensões que a discussão sobre o desenvolvimento sustentável traz para a sociedade, assim como seus efeitos sobre as pessoas nos seus diferentes ambientes, espaços e papéis.
Fabiano Rangel

Marina Silva lança jogo online de sustentabilidade

Fonte: Época Negócios On Line - Tecneira (Tecnologia, web e suas repercursões na blogosfera)
Por: Rafale Barifouse - 18/08/2010


A candidata à presidência Marina Silva lançou hoje um jogo online com proposta sustentável.

No game
“Um Mundo”, o usuário precisa construir seu próprio mundo a partir dos valores e princípios que a candidata defende, como o desenvolvimento sustentável e proteção ao meio ambiente. A intenção é conscientizar a população sobre a necessidade de políticas ambientais sólidas. “É uma forma interativa de demonstrar, na prática, que outro mundo é possível”, afirma Marina. Ao começar, o jogador escolhe uma das bandeiras da campanha. Conforme avança, pode escolher outras, como educação de qualidade, saúde em todos os sentidos, empregos de qualidade, cidades seguras, valorização da cultura e da arte, cultura de paz e cidadania plena e Amazônia viva. “Não é um game apenas para simpatizantes. Desenvolvemos um jogo fácil de ser usado por qualquer pessoa. Dispensa instalar programas especiais e é totalmente integrado às redes sociais existentes”, afirma a criadora do jogo Ana Valenzuela. O desenvolvimento do jogo foi concluído em três meses, envolveu 18 pessoas e mais de mil horas de trabalho.

Assim como no “Farmville”, sucesso do site de relacionamentos Facebook, os jogadores podem trocar presentes virtuais. Os jogadores ainda podem compartilhar seus mundos entre si ao abrí-los para visitas, o que faz com que o mundo cresça. “É a primeira vez que um jogo desse tipo, com essa capacidade de crescimento comunitário, é usado em uma campanha política”, diz o coordenador de meios digitais da campanha Caio Túlio Costa.

Esta não é a primeira iniciativa de Marina na internet. Para compensar o reduzido espaço na TV durante o horário eleitoral gratuito, a candidata adotou o estilo Obama de fazer campanha com presença forte em redes sociais. Atualmente, ela está terceiro lugar nas pesquisas para as eleições de outubro, com 8% das intenções de voto.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Representantes e entidades apóiam campanha Carne Legal

Diante de ataques à campanha Carne Legal - do Ministério Público Federal do Pará (MPF/PA), com apoio do Idec e da Repórter Brasil -, representantes e entidades da sociedade civil divulgaram carta de apoio à iniciativa.
17/08/2010 - 12:05

Por Repórter Brasil

Diante dos ataques à campanha Carne Legal - lançada pelo Ministério Público Federal do Pará (MPF/PA) com apoio do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e da Repórter Brasil (saiba mais
aqui) -, representantes e entidades da sociedade civil divulgaram o documento abaixo.
CARTA DE APOIO À CAMPANHA CARNE LEGAL.


No início de junho deste ano o Ministério Público Federal (MPF), com o apoio do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e da organização Repórter Brasil, lançou uma campanha de orientação aos consumidores. A ação, batizada de Carne Legal, defende que optar pela compra de produtos bovinos de procedência regularizada é uma das formas mais eficazes para combater o desmatamento, o trabalho escravo e outros crimes no campo.Como uma base de dados para o consumidor, foi lançado um site pelo qual é possível saber quais as empresas - entre frigoríficos, curtumes e outros - se comprometeram com o MPF a só vender itens cuja produção respeitou a legislação vigente. Em uma palavra, trata-se de transparência.

É um primeiro passo, o início da caminhada que necessariamente deve chegar à implementação de um sistema que certifique e garanta a origem da carne e de outros produtos bovinos.
A Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) não quer esse mapeamento. A presidente da entidade, Kátia Abreu, ajuizou ação contra a campanha, alegando que a iniciativa não tem fundamento porque é impossível para a população certificar-se da origem da carne que consome. Ela reconhece que o problema existe e, em vez de ajudar a resolvê-lo, prefere atacar quem apontou um caminho.

Se a falta de informações sobre a legalidade desses produtos é evidente, o mínimo a ser feito é não denegrir quem se dispôs a encarar a questão. Para a presidente da CNA, a campanha é baseada em dados não comprováveis. No Brasil real, que parece não ser o da CNA, segundo dados do Programa de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 700 mil quilômetros quadrados da cobertura florestal da Amazônia foram desmatados nos últimos 40 anos (para termos uma idéia do tamanho do problema: o Estado de São Paulo tem 248 mil quilômetros quadrados), o que equivale a cerca de 15% da área total da floresta.

De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), aproximadamente 80% das áreas desmatadas são destinadas à pecuária. Só no intervalo de 1996 a 2006 a área ocupada pelo pasto na Amazônia legal duplicou, chegando a 550 mil quilômetros quadrados (informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE).Para abrir as porteiras para os bois, muitas vezes trabalho escravo é usado no desmatamento de áreas que se tornarão pastos. Mais de 50% dos empregadores presentes no cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego que relaciona empregadores flagrados com mão-de-obra escrava, conhecido como a "lista suja", criavam gado em suas propriedades.

Já sabemos: Kátia Abreu vai novamente tapar o sol com a peneira e negar a validade desses dados, que podem facilmente ser comprovados. E esse ataque covarde à campanha Carne Legal é só mais uma etapa da feroz batalha desempenhada pela presidente da CNA contra a legislação ambiental, em especial contra o Código Florestal, batalha que levou organizações ambientais a elegê-la Miss Desmatamento. A violência da CNA contra a campanha Carne Legal só comprova que ela tocou no ponto fraco da parcela dos pecuaristas que desmata e escraviza: se o consumidor puder tirar do mercado os ilegais, ele o fará.

Se o consumidor puder optar por comprar produtos que não estimulem o crime, inevitavelmente práticas como o desmatamento, o trabalho escravo e a invasão de terras públicas não terão mais sustentação econômica.Assim, é preciso dar continuidade à campanha. Não aceitamos que essa discussão seja camuflada. São as vidas de trabalhadores rurais escravizados e a garantia de um meio ambiente sustentável para a nossa e para as futuras gerações que estão em jogo. Reivindicando nosso direito à transparência, a instrumentos que nos permitam mudar essa realidade criminosa que se perpetua no campo brasileiro, registramos publicamente nosso apoio à campanha Carne Legal e a seus idealizadores, e nosso repúdio aos que tentam censurá-la.Subscrevem esta carta:

Candido Cunha, agrônomo, Incra, PA
Carlos Ansarah, agrônomo, Incra, PA
Carlos Tautz, jornalistas, Ibase, RJ
Comissão Pastoral da Terra (CPT) Nacional, GO
Comissão Pastoral da Terra (CPT) Pará, PA
Esplar Centro de Pesquisa e Assessoria, CE
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), RJ
Instituto Observatório Social
Joao Alfredo Telles Melo, advogado, vereador pelo Psol, CE
Justiça Global, RJ
Karen Suassuna, WWF, DF
Padre Edilberto Sena,
Frente em Defesa da Amazônia, PA
Rede Brasil Sobre Instituições Financeiras Multilaterais, DF
Tarcísio Feitosa, ganhador do Prêmio Goldman Environmetal Prize 2006, PA
Tatiana Carvalho, agrônoma, WWF, DF
Toni Venturi, cineasta, SP

Fonte: Reporter Brasil
Link:
http://www.reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=1781

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Iniciativas de Sucesso - Reciclagem

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Brasil e EUA fecham acordo que converte dívida em proteção ambiental

Camila Campanerut
Do UOL Notícias Em Brasília

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou um acordo nesta quinta-feira (12) com o governo dos Estados Unidos para converter uma dívida no valor de US$ 21 milhões em ações de proteção das áreas da Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga.

A dívida foi adquirida pelo governo brasileiro em período anterior à década de 1960 e era paga regularmente ao governo norte-americano. A partir de outubro, o fundo que será criado para receber estes cursos receberá o primeiro desembolso no valor aproximado de R$ 6 milhões.

“Em vez de ir para os EUA, o dinheiro vai para os fundos de proteção desses três biomas. Estamos, com isso, ampliando os investimentos de financiamento e suporte às políticas públicas ambientais”, afirmou a ministra.

O fundo será gerido por um comitê composto por nove integrantes, entre eles um representante da agência norte-americana de desenvolvimento --órgão que havia emprestado os recursos ao Brasil. O objetivo do comitê é definir e aprovar os projetos que serão beneficiados, relativos à conservação de áreas protegidas, manejo de recursos naturais e apoio às atividades sustentáveis das comunidades das regiões em questão.

Esse é o primeiro acordo do gênero entre Brasil e EUA e foi viabilizado por meio da lei norte-americana para a conservação de florestas tropicais, de 1998. O embaixador-chefe do departamento do Meio Ambiente e Temas Especiais do Itamaraty, Luís Alberto Figueiredo, diz que a demora de quase dez anos para o Brasil, tradicional parceiro comercial dos norte-americanos, fazer uso dessa lei se deve à complexidade dos “meandros fiscais” dos tesouros dos EUA e do Brasil.

Além do Brasil, outros 15 países já assinaram acordos semelhantes com os norte-americanos, como Bangladesh, Belize, Botsuana, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Indonésia, Jamaica, Panamá, Paraguai, Peru e Filipinas. O total do aporte já convertido em proteção ambiental dessa lei norte-americana é de US$ 239 milhões.

“Meio Ambiente é algo que afeta todo mundo, e os benefícios são sentidos por todos. Há ainda o aspecto econômico de ajudar as pessoas que moram nas florestas”, diz a representante dos EUA Lisa Kubiske, ministra conselheira da embaixada norte-americana no Brasil.

A ministra do Meio Ambiente disse que a Amazônia não foi contemplada no projeto por já ter um fundo próprio e contar com outras fontes de arrecadação.


Fonte: UOL Notícias
Data: 12/08/2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Nicholas Stern: é difícil atribuir valor econômico à biodiversidade

Desde 2007, vem sendo realizado o estudo que ganhou o nome de TEEB – The Economics of Ecosystems and Biodiverstity (A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade). Vinculado ao PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e coordenado pelo indiano Pavan Sukhdev, economista sênior do Deutsche Bank, a pesquisa procura revelar os benefícios econômicos da preservação da biodiversidade e mostrar os altos custos de sua perda e da degradação dos ecossistemas. Por esse motivo, acabou ganhando o apelido de “Relatório Stern da Biodiversidade”.

Hoje, o próprio Nicholas Stern, autor do Relatório Stern - que mostra os custos das mudanças climáticas para a economia mundial - comentou sobre a iniciativa durante a coletiva que concedeu à imprensa, como parte da programação do Fórum de Varejo 2010, organizado pelo Wall Mart.

Stern elogiou o trabalho de Pavan Sukhdev e reconheceu que fazer a análise econômica da biodiversidade é ainda mais difícil e complexo do que medir os impactos econômicos das mudanças climáticas. Ele apontou duas razões para isso:

Os benefícios trazidos pela biodiversidade devem ser valorados em termos de oportunidades futuras. “Estou convencido de que temos conhecimento e matérias-primas, mas é difícil medir o valor dos recursos que vão produzir as novidades que ainda não conhecemos”, explicou.

  1. Há muita instabilidade nos ecossistemas do mundo. “É muito difícil medir os impactos econômicos da perda de determinadas espécies, especialmente pelo fato de elas serem interdependentes”.Ainda assim, o economista se disse convencido de que a conservação da biodiversidade tem muito valor e de que vale gastar quantias modestas para protegê-la.
Em outubro, durante a COP 10 - Convenção de Diversidade Biológica, que acontece em Nagoya (Japão), será apresentado o relatório final do TEEB. No entanto, já se sabe que, apenas com a destruição de florestas, mananciais e vegetação de mangues, se perdem entre U$ 2,5 trilhões e U$4,5 trilhões.

Fonte: Planeta Sustentável
10/08/2010 às 18:37

sábado, 7 de agosto de 2010

O problema do elogio - Superinteressante

O problema do elogio

Diz o ditado que elogiar nunca é demais. Diz a ciência que não é bem assim. Na próxima vez que afagar o ego alheio, escolha bem as palavras. Do contrário, o alvo delas pode se tornar um dos maiores fracassados que você já conheceu

por Marisa Adán Gil

Você deve ser muito inteligente. Afinal, está lendo a SUPER. Passou por reportagens sobre assuntos complexos, que exploram a ciência, a economia, a geologia e até a insetologia. Estamos orgulhosos. Assim você vai longe! Em breve estará entre os maiores pensadores brasileiros. Rumo ao Nobel, hein?
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Comentários do Blog sobre a matéria
Fabiano Rangel
Data: 07/08/2010

A matéria coloca foco na forma como nosso cérebro recebe, processa e responde aos elogios. A abordagem me pareceu bastante interessante, pela simplicidade e objetividade na lida com o assunto.

Em uma primeira leitura, partindo do título, pode parecer até algo meio desconecto e estranho ao o foco deste blog, mas abstraindo a isso e buscando as conexões das entrelinhas será possível perceber que o assunto pela sua abordagem guarda uma boa relação sobre as reflexões de sustentabilidade aqui discutidas e apresentadas, em especial quando se coloca uma lupa sobre o ambiente corporativo.

Estamos cada vez mais vivendo em uma sociedade de indivíduos e ao mesmo tempo paradoxal, pois de um lado a singularidade ganha cada vez mais importância, contudo, não estamos reconhecendo valor nos indivíduos e suas singularidades, mas sim no individualismo, que são coisas bem diferentes. O que se percebe na prática é essa confusão e um peso na balança mais acentuado para a valorização do individualismo.

Neste ponto a matéria traz uma leitura interessante, em especial quando ela explora a favor do que os elogios são praticados no meio corporativo. Organizações que por excelência, deveriam valorizar a composição e interação das pessoas nelas presentes, porque é disso que as empresas são formadas, geralmente se furtam a essa premissa, descuidadas deixam buracos em que as pessoas passam a trabalhar por si mesmas, aflorando toda a sua carga de individualismo.

Quando olhamos para a dinâmica do "greenwaching" uma prática empresarial cada vez mais criticada. O que está por traz? O que as organizações que praticam esse tipo de publicidade estão buscando? Seria a melhoria de critérios e atributos de seus produtos e serviços, para que estes estejam mais alinhados as necessidades, expectativas e demandas de uma sociedade mais justa, sustentável e responsável? Será isso mesmo?

Será que na realidade o que estão buscando não é apenas um reconhecimento, um elogio conquistado pelo caminho mais fácil, de menos esforço, porque tiveram a astucia de perceber que a sociedade está ávida por ofertas com essa essência e ai existe uma "ótima" oportunidade de ganhar mais marketing share.

Voltamos para questão da “individualidade vs o individualismo”. Certas questões para serem bem trabalhadas precisam de uma inversão de paradigma, mudar a lógica. Toda e qualquer atividade empresarial, pode e na minha opinião deve, buscar meios de tornar sua existência na sociedade mais responsável e sustentável e se for feliz nessa empreitada deve sim ser reconhecida por este esforço e pelos resultados, e, isso será o reconhecimento da sua individualidade. Contudo, nenhuma organização conseguirá de fato alcançar esse patamar se entrar nessa empreitada sozinha e isso muda muito a lógica atual, em que a competição precisa ceder espaço para a cooperação, algo ainda bem distante da nossa realidade concorrência e mercadológica. Isso porque, além de outros fatores nós enquanto pessoas, tomando decisões a frente das organizações estamos melhor preparados para o individualismo, ainda não nos foi ensinado e também não colocamos os devidos esforços para aprender a reconhecer a importância de cada indivíduo e da cooperação entre eles.

Segundo a matéria a forma como somos motivados desde casa pode favorecer ou dificultar essa visão mais voltada cooperação ou competição. Fica a dica!