terça-feira, 27 de julho de 2010

Legislação americana de inclusão de PcD celebra 20 anos.

Fonte: Inclusive.ogr - Inclusão e Cidadania.

Aniversário de 20 anos da legislação americana para pessoas com deficiência é celebrado com atualização da lei.

Presidente do Congresso, Nancy Pelosi, passa para o congressista Jim Langevin, o bastâo e o assento da Presidência da Casa pela primeira vez a uma pessoa com deficiência

Assinada pelo Presidente George Bush (pai) em 26 de julho de 1990, o Americans with Disabilities Act, que garante direitos às pessoas com deficiência, vai ser modernizado e readequado aos novos tempos.

Para celebrar a data, a legislação está sendo atualizada, inclusive com respeito à acessibilidade na internet, telefones e audiodescrição da TV. O congressista de Rhode Island, Jim Langevin, que é tetraplégico, presidiu a sessão do Congresso americano pela primeira vez em celebração ao aniversário da ADA, com o uso de um elevador especial para subir à tribuna.

Abaixo, um apanhado das celebrações na Casa Branca, que contaram com a participação do Presidente Obama, e da Secretária de Estado Hillary Clinton e ativisitas, além de uma seleção de artigos sobre o assunto. Os textos estâo em inglês.

Veja mais: http://www.inclusive.org.br/?p=16668

Censo visitará 58 milhões de domicílios a partir de 1º/8

Fonte de acesso: Época Negócios On Line.

A operação orçada em R$ 1,68 bilhão envolverá 190 mil recenseadores e os primeiros resultados da contagem populacional serão apresentados já no final de novembro ao TCU e em dezembro à imprensa.

Por Agência Estado

Os 190 mil recenseadores contratados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vão iniciar o trabalho de coleta de informações para o Censo 2010 no primeiro dia de agosto, em uma megaoperação orçada em R$ 1,68 bilhão e que visitará 58 milhões de domicílios.

Os primeiros resultados da contagem populacional serão apresentados pelo instituto ao Tribunal de Contas da União (TCU) já no final de novembro, para definição das fatias de destino do Fundo de Participação dos Municípios. Em dezembro, novos dados serão apresentados à imprensa. As divulgações dos dados da pesquisa deverão prosseguir até 2012.

O presidente do IBGE, Eduardo Nunes, explicou que os técnicos do instituto dedicaram três anos de preparação para o início dos trabalhos. O Censo anterior foi realizado em 2000 e contabilizou uma população de 169,8 milhões de habitantes. A primeira pesquisa desse tipo havia sido realizada pela instituição em 1872, quando o País somava uma população de 10,1 milhões de pessoas.

Não responder ao Censo é crime previsto em lei e a novidade deste ano é que aqueles que passam muito tempo fora de casa poderão optar pelas respostas na internet. Porém, até para essa opção será necessário um contato com o recenseador, que vai ser responsável pela entrega de um envelope lacrado, com prazo de utilização. Caso o internauta não cumpra a data estipulada, o profissional contratado pelo IBGE vai retornar ao local e insistir na entrevista presencial.

De acordo com a Lei número 5.564, de 14 de novembro de 1968, a não prestação de informações nos prazos fixados gera multa de até 10 vezes o maior salário mínimo vigente no País. Ficará dispensado do pagamento da multa, porém, o infrator primário que prestar informações no prazo fixado no auto de infração. Nunes disse que a intenção do IBGE não é punir e sim contar com a colaboração da população. Para isso, serão veiculadas, a partir deste semana, propagandas de esclarecimento sobre a operação censitária nos veículos de comunicação do País.

Coleta de dados O trabalho de coleta de dados vai ser realizado de 1º de agosto a 31 de outubro. Um único morador poderá fornecer as informações por todos os moradores dos domicílios, em questionários que terão de 37 a 108 quesitos. Os recenseadores poderão ser identificados pelo uso de um colete especial, no qual estará fixado um documento de identificação e o logotipo do Censo, além de um boné e o material eletrônico de mão para a realização do questionário.

Em áreas de difícil acesso, como favelas e áreas indígenas, o instituto buscou contratar profissionais que moram nesses locais, para facilitar a coleta de informações. Segundo Nunes, o procedimento adotado para o Censo na área de favelas é o mesmo que vem sendo adotado com sucesso em outras pesquisas domiciliares realizadas pelo instituto. Há também casos especiais como as 68 cidades afetadas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco.

Nunes explica que o instituto está avaliando como fará o recenseamento nesses locais, inclusive identificando as pessoas que trocaram de endereço por causa dos problemas causados pelas chuvas. Em todo o País, o trabalho dos recenseadores poderá se estender pelo horário noturno e finais de semana, dependendo da peculiaridade de regiões e domicílios a serem visitados.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Altos executivos adiam práticas sustentáveis em empresas

Fonte: Valor Econômico
segunda-feira, 19 de julho de 2010 às 21:43


Os executivos de grandes empresas já encaram as práticas sustentáveis como fundamentais para os seus negócios - e carreiras. Mas aplicá-las é uma outra história. Uma pesquisa mundial realizada com quase 900 principais executivos e seus auxiliares imediatos mostra o abismo que existe entre a retórica e a prática no mundo empresarial.

Realizada pela consultoria Accenture, a pesquisa apontou que 88% dos funcionários do alto escalão acreditam que os conceitos de sustentabilidade econômica, ambiental e social devem ser incorporados ao planejamento estratégico da empresa. Mas apenas 54% admitem que conseguiram esse feito.

Em entrevista, Matthew Govier, líder para a área de consultoria em sustentabilidade da Accenture no Brasil, explicou que a dificuldade maior é em integrar as estratégias de sustentabilidade à cadeia produtiva por inteiro. “As lideranças estão vivendo um descompasso entre as suas ambições e o enraizamento do conceito de forma transversal dentro da empresas e, sobretudo, na cadeia produtiva e nas subsidiárias”.

Uma das explicações para isso é a competição inerente em uma empresa para a definição de prioridades estratégicas: 48% dos principais executivos ouvidos apontaram esse fator entre três maiores obstáculos.

Há outros entraves. A incerteza para interpretar a demanda do consumidor, antecipar futuras regulamentações e transmitir ao investidor a importância da sustentabilidade são alguns exemplos. “Os CEOs não estão seguros sobre até que ponto a preocupação com a sustentabilidade pesa na decisão de compra do consumidor”, diz Govier, ressaltando que além da pessoa física, o consumidor representa empresas e governos.

Segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados afirmaram que o que motiva a conscientização no alto escalão é, de longe, o impacto sobre a imagem, confiança e reputação da empresa que a sustentabilidade pode proporcionar. Crescimento da receita e redução de custos foram citados por 44% dos entrevistados; 42% disseram que é uma motivação pessoal e 39% que é uma resposta à demanda.

A importância que os principais executivos atribuem à sustentabilidade como caminho para o sucesso do negócio varia de região. Na América Latina, 78% acreditam que o assunto é muito importante. No Oriente Médio e na África, 22%. “Isso talvez reflita a importância que os consumidores dessas regiões dêem para o assunto e a posição mais moderna das empresas latino-americanas”, diz Govier.

Há também diferenças em como a sustentabilidade é enxergada por esses executivos. Para indústrias, trata-se de reduzir impacto ambiental de suas operações e produtos. Mas em setores como o de tecnologia de informação, os executivos começam a observar só agora oportunidades para crescimento e inovação com produtos e serviços sustentáveis.

Fonte: Valor Econômico

sábado, 24 de julho de 2010

Empresas estarão preparadas para a era das pessoas?

Fabiano Rangel - Blog Sustentabilidade em Movimento

No artigo “Vem aí a comunicação empresarial mais gay, mestiça, mulata, feminina”, Paulo Nassar faz uma leitura interessante que é negligenciada pela maioria das organizações empresariais. Ele fala das tendências que poderão reger as decisões no meio corporativo, no caso em específico com foco na comunicação corporativa. São tendências condicionadas e alimentadas pelo fator humano e pela aproximação das organizações com a sociedade, em que se busca um viés de inclusão e do olhar segmentado, mas na perspectiva da complementaridade e não da fragmentação.



Uma mudança radical de paradigma, pois até então vivíamos e ainda vivemos uma cultura de alto suficiência e onipotência, onde organizações ainda estão viciadas a uma leitura de que se bastam, acreditando que podem tomar decisões unilaterais independente dos reflexos positivos ou negativos que isso gere as suas demais partes interessadas.

Basta uma leitura minimamente atenta e veremos o quanto as coisas mudaram ou está em processo de mudança, prova disso são as inúmeras e caras sentenças judiciais por assédios moral e sexual motivados por funcionários contra suas empresas, assim como ações judiciais e de repercussão pública motivadas por práticas discriminatórias contra clientes, que além do prejuízo pela indenização traz consigo um enorme gravame a reputação e a marca da organização.

Estamos diante da construção de novos paradigmas, fruto de muitos avanços, discussões e mobilização de diferentes atores da sociedade. Nessa perspectiva indivíduos antes anônimos, deixam de ser simples espectadores, para serem cada vez mais autores e/ou protagonista de suas realidades e assim, exigindo mais, se colocando mais e fazendo escolhas diante de suas realidades.

Nesse sentido, a abordagem do Amarthyas Sen sobre o "Desenvolvimento como Liberdade" é muito interessante, coloca em cheque alguns paradigmas necessários ao desenvovimento, em especial a conquista do desenvolvimento econômico, político e educacional para que as pessoas alcancem as reais condições para a liberdade.

Infelizmente nossa realidade ainda é adversa para muita gente, suprimidas das condições ideais que lhes permitiriam usufruir plenamente da liberdade, um direito essencial a saúde qualidade de vida. Porque a liberdade nos permite fazer escolhas, assumir nossa identidade, estar diante da vida por inteiro e dessa forma buscar satisfazer nossos desejos e necessidades livre de amarras simbólicas e concretas, que hoje em nome da sobrevivência, limita muita gente e consequentemente limita muito a perspectiva de negócios para as empresas.

O artigo do Paulo, na minha leitura vem nessa direção de provocar as organizações a entender que pessoas são indivíduos, tem identidade e como tal desejos, necessidades e expectativas similares e singulares, sendo que ambas devem ser observadas, respeitadas e acima disso compreendidas se há o real desejo ser uma organização inclusiva, perene e sustentável.

Afinal os novos paradigmas irão exigor cada vez uma leitura de interdependência empresarial em detrimento da independência. Empresas precisam aprender que não estão mais no centro das relações!

Vem aí a comunicação empresarial mais gay, mestiça, mulata, feminina

Paulo Nassar*

Novos desafios para a comunicação empresarial são presentes e também trazidos pelo futuro. O ontem, embora próximo, está marcado por regulamentações de todo tipo, produto da cultura de controlar os empregados e pela necessidade de conquistar metas quantitativas, de qualidade total ou de redução de problemas provocados por assédio sexual e moral no trabalho, o que resulta na imensa quantidade de manuais e códigos de ética, de conduta, segurança, meio ambiente, saúde.

Mas tome nota: o ambiente empresarial será novo, marcado pela liberdade do empregado para afirmar sua identidade: o somatório das dimensões subjetivas e objetivas de homens e mulheres.
Nos últimos 50 anos, o entendimento da comunicação pela administração experimentou uma evolução sem precedentes, provocada de fora para dentro das empresas. Essa transformação, no Brasil, provocou uma nova visão comunicacional e relacional em três grandes movimentos.


  • O primeiro, nos anos 1980, foi conseqüência da democratização do país, quando demanda de trabalhador deixou de ser assunto de polícia e alcançou a mesa de negociação.
  • Um segundo movimento, no início dos anos 1990, estava ligado à internacionalização da economia brasileira, que provocou mudança nos processos de produção para promover ganhos de produtividade e competitividade e minimizar os impactos ambientais e sociais. A comunicação empresarial atuou fortemente na capacitação e no comprometimento de trabalhadores semi-analfabetos com as causas das empresas.
  • E um terceiro, a conscientização crescente do empreendedor sobre o conceito de empresa produtiva e afetiva, uma extensão da sociedade. Ou seja, a empresa não cresce ou se mantém sustentável se o administrador não considerar os desejos, os sonhos de seus empregados e os acontecimentos sociais, históricos e culturais no âmbito da sociedade – tudo o que era visto como fator externo ao processo de produção.

Portanto, a administração deve assumir novas formas de se relacionar com a diversidade comportamental, etária, étnica, religiosa. Imagine, neste momento, no mundo do trabalho, tão regulamentado e preconceituoso, as mudanças inevitáveis de áreas como comunicação e recursos humanos diante da conquista de direitos como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aprovada recentemente na Argentina e em discussão no Brasil.

O gestor conectado no mundo, já entendeu que é preciso preparar a empresa, aprender a se relacionar, beneficiar e capacitar pessoas diversas, surgidas e legitimadas pela afirmação positiva dos homossexuais, das mulheres, dos índios, dos negros, dos mulatos, na sociedade. Em breve, teremos uma comunicação empresarial mais gay, mais feminina, mais mestiça. E por isso, mais humana.

Fonte: ABERJE

Paulo Nassar é Professor da Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Diretor-geral da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Autor de inúmeros livros, entre eles O que é Comunicação Empresarial, A Comunicação da Pequena Empresa, e Tudo é Comunicação

Link: http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=308&ID_COLUNISTA=28

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Bordel de Berlim dá desconto para clientes “verdes”

Quando pensamos que a "Eco Criatividade", "Eco Inovação", "Eco..." já foi até o limite do limite, sempre há algo novo para nos surpreender. Afinal não há limites a criatividade humana (Pena que nem sempre os fins são bons ou para o bem).

A caso do Bordel que privilegia clientes "verdes" (acrescentou eu não habilitados ou com menor poder aquisitivo) é na minha leitura tão inusitado que fica difícil entrar na seara de julgar se isso é um greenwaching ou qualquer coisa do gênero. Até porque esse julgamento seria irrelevante. Neste caso o que julgo relevante é que este caso mostra o quanto a sociedade está caminhando a passos largos para dar cada vez mais importância para essa ideia de uma sociedade mais justa, responsável e sustentável.

Além disso, uma coisa me chamou muito atenção a ler sobre o caso deste Bordel em Berlim... A impressão que fiquei é que uma atividade quando quando considerada lícita, ainda que sujeita a inumeros julgamentos (os quais não me cabe entrar no mérito), tem melhores condições de ser organizada e como tal, assegurar minimamente direitos fundamentais relacionados a pessoa humana. Esse cenário por sua vez, traz melhores condições de se discutir como preservar e respeitar a dignidade humana.

O nível de entendimento e organização que se percebe na fala da proprietária do Bordel é difícil de se imaginar em uma proprietária de atividade dessa natureza. Esperamos que ela tenha no mínimo o mesmo cuidado, criatividade e capacidade para gerir seus negócio, assegurando o mesmo nível de cuidado com suas funcionárias, clientes e comunidade do entorno.

PS: Inclusive a capacidade de leitura e incorporação que a dona do Bordel teve da sua comunidade próxima é outro ponto que chama atenção, algo que ainda precisa ser aprendido por muitas organizações de grande porte, cheia de doutores e PHDs.

Comentários: Fabiano Rangel - Blog Sustentabilidade em Movimento
Data: 23/04/2010


Bordel de Berlim dá desconto para clientes “verdes”

Quem provar que chegou até o prostíbulo usando transporte público ou bicicleta ganha um desconto de R$ 13 nos “serviços da casa”

Por Época NEGÓCIOS Online

Bordel em Berlim: eco desconto para combater a crise
Um bordel alemão resolveu dar desconto a clientes que estão dispostos a diminuir suas emissões de carbono (CO2). Quem chegar à Maison d’Envie (Casa do Desejo), em Berlim, e provar que utilizou transporte público ou veio de bicicleta, ganha na hora um desconto de cinco euros – o equivalente a R$ 13.

O “eco desconto” foi uma ideia da proprietária, a ex-garota de programa Regina Götz, que buscava alternativas para aumentar a freqüência da casa – atingida em cheio pela crise financeira. Localizado no bairro de Prenzlauer Berg, na antiga Berlim Oriental, o bordel está dentro de uma área onde moram militantes “verdes”, que defendem as práticas sustentáveis no país.

“O meio ambiente é um assunto que está na boca de todo mundo”, explicou Regina ao jornal “The Telegraph”. “Além do mais, é muito difícil estacionar aqui perto, então decidimos adotar a ideia do eco desconto para que nossos clientes deixem o carro em casa”.

Os fregueses mais conscientes para 25 euros (R$ 64) por 15 minutos no local. O preço sem desconto sobre para 30 euros (R$ 77). Segundo a proprietária, pelo menos 10% dos clientes já estão fazendo uso do desconto.

Apesar de progresso, Brasil permanece um dos mais desiguais

Relatório da ONU mostra que o País é o 10º em ranking de desigualdade

Apesar dos progressos sociais registrados no início da década passada, o Brasil continua entre os países mais desiguais do mundo, segundo atesta um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que será divulgado nesta sexta-feira.

O índice de Gini - medição do grau de desigualdade a partir da renda per capita - para o Brasil ficou em torno de 0,56 por volta de 2006 – quanto mais próximo de um, maior a desigualdade.
Isto apesar de o país ter elevado consideravelmente o seu índice de desenvolvimento humano – de 0,71 em 1990 para 0,81 em 2007 – e ter entrado no grupo dos países com alto índice neste quesito.

O cálculo do indicador de desigualdade varia de acordo com o autor e as fontes e a base de dados utilizados, mas em geral o Brasil só fica em melhor posição do que o Haiti e a Bolívia na América Latina – o continente mais desigual do planeta, segundo o Pnud. No mundo, a base de dados do Pnud mostra que o País é o décimo no ranking da desigualdade.

Mas os dados levam em conta apenas 126 dos 195 países membros da ONU, e em alguns casos, especialmente na África subsaariana, a comparação é prejudicada por uma defasagem de quase 20 anos de diferença.

Na seleção de países mencionada no relatório do Pnud, os piores indicadores pela medição de Gini são Bolívia, Camarões e Madagascar (0,6) e Haiti, África do Sul e Tailândia (0,59). O Equador aparece empatado com o Brasil com um indicador de 0,56.
Colômbia, Jamaica, Paraguai e Honduras se alternam na mesma faixa do Brasil segundo as diferentes medições.

Desigualdade e mobilidade

O relatório foca no problema da desigualdade na América Latina, o continente mais desigual do mundo, segundo o Pnud. Dos 15 países onde a diferença entre ricos e pobres é maior, dez são latino-americanos.

Em média, os índices Gini para a região são 18% mais altos que os da África Subsaariana, 36% mais altos que os dos países do leste asiático e 65% mais altos que os dos países ricos.

O documento traça uma relação entre a desigualdade e baixa mobilidade social, caracterizada pelo círculo de aprisionamento social definido pela situação familiar de cada indivíduo. No Brasil e no Peru, por exemplo, o nível de renda dos pais influencia a faixa de renda dos filhos em 58% e 60%, respectivamente.

No Chile esse nível de pré-determinação é mais baixo, 52% - semelhante ao da Inglaterra (50%). Já nos países nórdicos, assim como no Canadá, a influência da situação familiar sobre os indivíduos é de 19%.

Alemanha, França e Estados Unidos (32%, 41% e 47%, respectivamente) se incluem a meio do caminho. A mobilidade educacional e o acesso à educação superior foram os elementos mais importantes na determinação da mobilidade socioeconômica entre gerações.

Relatório do Pnud

No campo educacional, os níveis de educação dos pais influenciam o dos filhos em 55% no Brasil e em 53% na Argentina. No Paraguai essa correlação é de 37%, com Uruguai e Panamá registrando 41%. A influência da educação dos pais no sucesso educacional dos filhos é pelo menos duas vezes maior na América Latina que nos EUA, onde a correlação é 21%.

"Estudos realizados em países com altos níveis de renda mostram que a mobilidade educacional e o acesso à educação superior foram os elementos mais importantes na determinação da mobilidade socioeconômica entre gerações", afirma o relatório.

Para o Pnud, a saída para resolver o problema da desigualdade na América Latina passa por melhorar o acesso das populações aos serviços básicos – inclusive o acesso à educação superior de qualidade.

O relatório diz que programas sociais como o Bolsa Família, Bolsa Escola e iniciativas semelhantes na Colômbia, Equador, Honduras, México e Nicarágua representaram "um importante esforço para melhorar a incidência do gasto social" na América Latina, sem que isso tenha significado uma deterioração fiscal das contas públicas.

"No que diz respeito à distribuição (de renda), as políticas orientadas para o combate à pobreza e à proteção da população vulnerável promoveram, na prática, uma incidência mais progressiva do gasto social, que por sua vez resultou em uma melhor distribuição da renda."

Fonte de acesso: Último Segundo
Fonte primária: BBC

Data: 23/07/2010

Link: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/apesar-de-progresso-brasil-permanece-um-dos-mais-desiguais/n1237725984336.html

terça-feira, 20 de julho de 2010

China fecha porto devido a vazamento de petróleo

Por Chen Aizhu e Ben Blanchard

PEQUIM (Reuters) - O porto de Dalian, um dos maiores da China, fechou na segunda-feira por causa da explosão de um oleoduto submarino, que provocou um grave vazamento de óleo, fez uma refinaria reduzir sua produção e obrigou os importadores a desviarem suas cargas para outros terminais.

O incêndio do fim de semana pode prejudicar também o embarque de minério de ferro e soja, além de gerar um debate na China sobre as regras ambientais - menos de uma semana depois das suspeitas de acobertamento das autoridades num vazamento tóxico numa mina de cobre no sul do país.

O incêndio começou na noite de sexta-feira, quando dois dutos explodiram durante o carregamento de um navio-tanque fretado pela estatal PetroChina. Ninguém ficou ferido, mas centenas de bombeiros levaram mais de 15 horas para controlar as chamas, segundo a imprensa estatal. Cerca de 1.500 toneladas de petróleo vazaram no mar, deixando uma mancha com 183 quilômetros quadrados, dos quais 50 quilômetros quadrados de contaminação "severa".

Outros seis navios com capacidade para 12 milhões de barris (1,9 bilhão de litros) devem ser desviados para outros portos na Coreia do Sul ou China, segundo fontes do setor de navegação.

O porto petrolífero de Xingang, em Dalian, tem um depósito estratégico de 19 milhões de barris 2,27 bilhões de litros de petróleo - é um dos quatro grandes depósitos chineses já em operação. Ali funcionam também armazéns da CNPC e da PetroChina, com capacidade ainda maior. Duas refinarias da PetroChina escoam por ali a sua produção, equivalente a 600 mil barris diários (71,5 mil litros por dia).

A PetroChina montou um plano de contingência para enfrentar uma interdição de uma semana no principal terminal petrolífero, que costuma receber petróleo bruto e exportar gasolina e diesel.

Fontes do setor se dividem a respeito de quanto tempo o porto ficará fechado, com estimativas que variam de 7 a mais de 10 dias. As autoridades dizem que não é possível prever o prazo. A PetroChina começou a reduzir em "vários milhares de toneladas" por dia as operações em uma das suas refinarias. "O porto foi lacrado logo depois da explosão. Temos um plano de contingência de uma semana, mas esperamos que o vazamento de óleo possa ser limpo assim que possível", disse um executivo.

Trabalhadores usam barreiras físicas e dispersantes para tentar conter a mancha de petróleo, segundo o jornal China Daily. A poluição se concentra a cerca de cem quilômetros da costa.
"Até a noite de domingo, cerca de 7.000 metros de barreiras flutuantes foram instalados, e pelo menos 20 recolhedores de óleo estão trabalhando para limpar o vazamento", disseram autoridades locais ao jornal.


(Reportagem adicional de Wee Sui-Lee em Hong Kong, Ruby Lian em Xangai e David Stanway em Pequim; Luke Pachymuthu, Florence Tan e Naveen Thukral em Cingapura)

Fonte de acesso: UOL Notícias
Link: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/07/19/china-fecha-porto-devido-a-vazamento-de-petroleo.jhtm

Fonte primária: REUTERS

Mobilidade Sustentável e Indústria Automobilística

Indústria Automobilística enfim entendeu o conceito de Mobilidade Sustentável

A Volkswagen apresentou o seu primeiro veículo de duas rodas e o conceito "Think Blue" na Auto China 2010. Por incrível que possa parecer, a bicicleta da Volkswagen chamou mais atenção das pessoas do que os seus próprios carros, além disso gerou no mundo inteiro curiosidade para ver no You tube como ela funciona .

A empresa tem se referido a ela como a obra de arte da mobilidade. A VW Bik.e não tem pedais, é dobrável, freio a disco nas duas rodas e funciona a bateria que pode ser recarregada no próprio carro, em corrente contínua ou numa tomada AC Comum. foi concebida para se encaixar perfeitamente no compartimento do pneu estepe do carro.

O Conceito de mobilidade deste equipamento é para que a bicicleta seja um complemento do carro. Assim, o motorista poderia deixar o carro num estacionamento fora dos grandes centros congestionados e trafegar em zonas com tráfego elevado com sua bicicleta elétrica.

Fonte: Blog Mobilidade Sustentável – UOL
Link:
http://mobilidadesustentavel.blog.uol.com.br/

Brasil foi país da A.Latina com mais perdas por pirataria em 2009

Em segundo lugar, ficou o México, com uma perda de US$ 1,056 bilhão; Venezuela, com US$ 685 milhões; e Argentina, com US$ 645 milhões

Por Agência EFE

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Santiago do Chile, 13 jul (EFE).- O Brasil foi o país da América Latina que teve mais perdas por pirataria em 2009, com mais de US$ 2,254 bilhões, de acordo com o sétimo estudo anual da empresa International Data Corporation (IDC). Em segundo lugar, ficou o México, com uma perda de US$ 1,056 bilhão; Venezuela, com US$ 685 milhões; e Argentina, com US$ 645 milhões.

O estudo também aponta que o Chile perdeu US$ 315 milhões em impostos no ano passado devido ao uso de programas de informática piratas, 55% mais que em 2008, quando esse número foi de US$ 202 milhões. Pelo quarto ano consecutivo, os Estados Unidos mantiveram em 2010 o Chile na "lista prioritária de observação", que inclui os países que não dão uma proteção adequada à propriedade intelectual, dentro do denominado "
Relatório especial 301". EFE

Brasil é 12º país mais feliz do mundo, segundo Forbes

Dinamarca lidera o ranking da pesquisa, seguida por Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda

Por Época NEGÓCIOS Online

O Brasil é o 12º país mais feliz do mundo, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Gallup publicada pela revista Forbes em 155 países. Pelo ranking, a Dinamarca ocupa a primeira posição, seguida por Finlândia, Noruega, Suécia e Holanda. A pesquisa, realizada entre 2005 e 2009, considerou a satisfação geral das pessoas em relação a sua vida.

O questionário levou os entrevistados a classificar sua vida em três graus de satisfação, indo da felicidade ao sofrimento. No Brasil, 58% dos entrevistas disseram-se felizes, 40% disseram estar 'na batalha' e apenas 2% disseram estar sofrendo. A 'nota geral' ficou em 7,5.

O país ficou empatado com o Panamá e logo à frente dos Estados Unidos e Áustria. Segundo a revista, os pesquisadores chegaram à conclusão que quando se fala em satisfação geral do país, a resposta ainda está muito relacionada à riqueza da nação. Mas, no que diz respeito ao passado recente, ela reflete mais a satisfação das necessidades psicológicas e sociais, e não necessariamente o bem estar econômico.

Casa Branca diz que petróleo voltou a vazar no Golfo do México

Foi detectado um vazamento a três quilômetros da cabeça do poço feito para conter o derramamento de óleo
Por Agência EFE

WASHINGTON - A Casa Branca informou hoje (19/07)que foram detectados pontos de vazamento na parte superior do topo do poço de petróleo do Golfo do México do qual sai petróleo desde o final de abril. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, os testes feitos na estrutura de contenção colocada sobre o poço acusaram três aspectos que exigem "especial atenção". Um deles é um ponto de vazamento "a três quilômetros da cabeça do poço".

Governo dos EUA diz que vazamentos detectados no Golfo não são ameaça

Além disso, foram observadas "bolhas" de natureza ainda desconhecida na saída da estrutura de contenção. A BP, companhia responsável pelo vazamento, disse que pode ser nitrogênio, o que seria "comum", e não de gás natural, como ocorreria no caso de um vazamento. Além disso, relatou Gibbs, foram detectadas "fugas na parte superior do poço". "Tudo isto requer uma atenção particular", acrescentou o porta-voz, ao acrescentar que um navio da Agência Americana para os Oceanos e a Atmosfera (NOAA) detectou outras "anomalias" que ainda passarão por avaliação.

O governo dos Estados Unidos permitiu hoje que a BP mantivesse o poço selado apesar de detectar o vazamento a três quilômetros, o que poderia indicar que a estrutura interna está danificada. "Autorizo a BP a continuar o teste de integridade durante outras 24 horas", afirmou em comunicado o almirante da Guarda Costeira Thad Allen, que dirige a resposta do governo ao derramamento. A principal preocupação da Casa Branca é que a estrutura subterrânea do poço esteja danificada e que o petróleo passe pelas rochas e acabe penetrando em múltiplos pontos do solo marinho.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

BP contém vazamento no Golfo do México pela 1ª vez

BP contém vazamento no Golfo do México pela 1ª vez

Empresa anunciou que após testes, as aberturas continuaram fechadas, o que deve resolver o vazamento
Por Agência EFE

Washington, 15 jul (EFE) - A BP anunciou hoje que, após testes, o sistema instalado sobre o poço no Golfo do México respondeu bem e, pela primeira vez desde o acidente, o petróleo parou de vazar no mar.
Em comunicado, a empresa diz que, durante as provas, as três aberturas continuaram fechadas, "o que a efeitos práticos fecha o poço". "Embora não se possa garantir, se espera que não se derrame mais petróleo no mar", afirma a nota. A BP, empresa responsável pelo vazamento, retomou os testes de resistência da estrutura depois de suspendê-los durante a noite de ontem por detectar uma rachadura. "As provas começaram hoje, de acordo com os procedimentos aprovados pelo Comando Nacional de Incidentes", e, até o momento, se desenvolvem com normalidade, segundo o comunicado.
Os primeiros testes durarão pelo menos seis horas e poderiam durar até 48, acrescenta a declaração. No entanto, a empresa adverte que embora o petróleo tenha parado de vazar no mar durante o período de testes, "isso não quer dizer que o fluxo de petróleo e gás do poço tenha sido detido de maneira permanente".
Os testes mediram a pressão interna do sistema. Se for baixa demais, ela leva a uma fuga similar à detectada ontem à noite e seria preciso começar o processo novamente. Em entrevista coletiva hoje, o coordenador da luta contra o vazamento por parte do Governo dos EUA, almirante Thad Allen, disse que o registro de pressão alta será uma boa notícia, pois quer dizer que o dispositivo funcionou devidamente e que está em condições de suportar o fluxo de petróleo. Se os testes derem resultados positivos e o sistema entrar em funcionamento, ele seria conectado por meio de dutos a navios na superfície.
Segundo Allen, o sistema teria capacidade para enviar até 80 mil barris diários de petróleo para os navios, uma quantidade superior à que vazava do poço estragado, calculada em entre 35 mil e 60 mil barris.
O atual sistema será apenas provisório, enquanto a solução permanente serão dois poços auxiliares, através dos quais se injetará uma mistura de lama pesada e cimento que selará o poço.
O vazamento começou no dia 20 de abril, por causas ainda desconhecidas, depois da explosão - que matou 11 funcionários - e o afundamento dois dias depois da plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP. EFEA BP anunciou hoje que, após testes, o sistema instalado sobre o poço no Golfo do México respondeu bem e, pela primeira vez desde o acidente, o petróleo parou de vazar no mar.

Bilionário doa toda a sua fortuna de US$ 1,2 bilhão para caridade

Bilionário doa toda a sua fortuna de US$ 1,2 bilhão para caridade

Bilionário doa toda a sua fortuna de US$ 1,2 bilhão para caridade
Doação coloca o magnata chinês no topo da lista das maiores doações do país e tem por objetivo servir de exemplo para o crescente número de milionários.

Um magnata chinês do ramo imobiliário resolveu doar toda a sua fortuna, estimada em US$ 1,2 bilhão, para a caridade – o que o colocou no topo da lista dos maiores filantropos da China. Sua esperança é que o gesto sirva de exemplo para o crescente clube de milionários do país.
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sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ficha Limpa pode impugnar 15% das candidaturas

Esta é uma política pública que merece atenção constante da sociedade, pois foi uma das principais conquistas da nossa democracia mais recente.
Julho e agosto serão meses cruciais, pois os prazos de inpunação da candidatua se esgotam em 19/08. Depois até é possível derrubar um ficha suja, mas é o processo é mais complicado e foge a essência da Lei que a sociedade brasileira, com muito esforço e mobilização criou.
Até agora como mostra a matéria 2.776 candidaturas já foram impuganadas, nem todas pelos quesitos da Lei Ficha Limpa, mas é bom manter atenção. O mais curioso é que muitas vezes os pedidos de impugnação vem dos própríos políticos por meio de seus partidos.
O triste disse é perceber que na política a disputa acaba sendo muito mais jurídica.

Comentários: Fabiano Rangel - Blog Sustentabilidade em Movimento

Ficha Limpa pode impugnar 15% das candidaturas
Publicado em 15 de Julho de 2010 às 11h13

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Ricardo Lewandowski, afirmou que a Lei da Ficha Limpa “pegou”, pois pode ter resultado em até 15% das impugnações. Segundo a Agência Brasil, procuradorias eleitorais de todo o país, assim como partidos, candidatos e coligações, apresentaram 2.776 pedidos de impugnação de registros de cerca de 20 mil candidatos que desejam concorrer às eleições 2010.

Até agora, a Justiça Eleitoral não recebeu qualquer pedido de impugnação de candidatura dos nove presidenciáveis registrados.

As principais justificativas para barrar os fichas sujas, segundo a nova lei, são a condenação do político por órgão colegiado e a renúncia de mandato para escapar de cassação.

Quarta-feira foi o último prazo para a Justiça Eleitoral receber a solicitação de inelegibilidade dos políticos com ficha suja ou com problemas na documentação. O registro das candidaturas deve ser julgado, inclusive em grau de recurso, até o dia 19 de agosto.

Os números sobre os pedidos de impugnação são preliminares. Alguns tribunais ainda não tinham os números definitivos até o início desta noite. Além disso, São Paulo - estado com o maior colégio eleitoral do país - ainda não forneceu seus dados. Até agora, o estado com maior número de pedidos de impugnações foi Minas Gerais, com 614 ocorrências, seguido por Alagoas (383) e Rondônia (319).

Os tribunais informam que a maioria dos pedidos de impugnação foi motivada por falhas na documentação enviada pelos candidatos, como a falta de certidões negativas na Justiça.
A partir da notificação da impugnação, os candidatos devem apresentar recurso em até sete dias, inclusive sábados e domingos, já que as secretarias dos tribunais estão funcionando em regime de plantão.

Fonte primária: Band notícias
Fonte consultada: IOB OnLine Jurídico
Link:
http://www.iob.com.br/juridico/noticia_integra_new.asp?id=163891

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Os descaminhos das ações afirmativas no Brasil

Que congressistas e governantes adotem políticas que coloquem o país na direção da justiça racial. Os movimentos sociais assistem, no início deste novo milênio, a um recuo generalizado no Brasil. É o resultado natural da ligeira melhora na qualidade de vida dos trabalhadores e de um sentimento de maior representatividade nas esferas de decisão política regional e federal.

Nesse ambiente de aparente paz social, destaca-se a articulação de um novo movimento. Sua natureza é, contudo, profundamente conservadora. Sua bandeira: a oposição irrestrita às políticas de ações afirmativas para afrodescendentes. Em sua composição encontram-se personalidades da academia, dos meios de comunicação, de partidos políticos e profissionais liberais. Seu fortalecimento é uma reação ao apoio dado por diferentes governos no período recente ao debate do problema do racismo no Brasil. Na verdade, o país tem procurado responder a críticas da Organização das Nações Unidas (ONU), que havia instado o país, desde meados dos anos 1990, a adotar medidas concretas para a redução das desigualdades raciais no mercado de trabalho. Como resultado, o movimento negro, que participou ativamente do processo de redemocratização do país, vem aumentando a sua influência no desenho de políticas públicas, nas diferentes instâncias governamentais.

A estratégia de organizar uma frente conservadora às ações afirmativas obteve seu primeiro triunfo em 2010: a aprovação de um Estatuto da Igualdade Racial completamente esvaziado de seus instrumentos de políticas públicas de combate à discriminação racial, previstos no projeto original apresentado anos antes ao Congresso Nacional. Assim, a versão final do Estatuto não especifica mais por meio de quais mecanismos pretende-se reduzir as desigualdades socioeconômicas que separam brancos de não brancos no país. Foram excluídas as reservas de vagas para afrodescendentes na educação, publicidade e mercado de trabalho, bem como de incentivos governamentais a empresas que respeitem a diversidade racial no local em que atuam.

Provavelmente já prevendo essa derrota, as universidades públicas federais foram levadas, pouco tempo atrás, a adotar, de maneira autônoma, programas de ações afirmativas, contornando os entraves impostos pelos embates políticos próprios ao Congresso Nacional.

Segundo dados oficiais, são quase cem as instituições de ensino superior que adotam atualmente algum tipo de política de entrada diferenciada para minorias raciais e sociais. E os resultados até aqui disponíveis contrariam as previsões catastrofistas do movimento conservador de resistência às ações afirmativas.

Assim, em primeiro lugar, e diferentemente do que se supunha, não houve queda de rendimento acadêmico por conta da inclusão de minorias raciais e sociais na universidade pública. Diversos estudos estatísticos indicam simplesmente que não há diferenças entre as notas de universitários beneficiados por ações afirmativas e os demais alunos. Além disso, relatos de docentes a respeito de sua experiência em sala de aula dão conta que alunos provenientes de entrada diferenciada na universidade estão muitas vezes entre os melhores e mais dedicados em suas turmas.

Em segundo lugar, o temor de um problema de integração dos beneficiários de tais políticas e de exacerbação de conflitos raciais se mostrou completamente infundado. Esses alunos vêm dando prova de grande capacidade de participação nas instâncias de representação estudantil e política, dentro e fora da universidade. No mais, alunos brancos e oriundos de escolas privadas não têm oferecido qualquer tipo de resistência à convivência em grupo com seus colegas das ações afirmativas.

Por fim, uma maior diversidade no ambiente universitário é um bem que deve ser valorizado não apenas em termos quantitativos, mas também do ponto de vista moral. As políticas de ações afirmativas na educação superior são um passo importante no tardio, mas necessário, inadiável, processo de dessegregação social e racial de nossa sociedade. Esse processo ainda está restrito, contudo, ao reduzido universo do ensino superior no Brasil, deixando de lado a esfera do mercado de trabalho onde se encontram as raízes do problema das desigualdades raciais.

Nunca é demais lembrar que os Estados Unidos, sempre citados como modelo para o resto do mundo na organização de suas economias, não têm registro de aumentos de conflitos por conta da adoção de um amplo programa de ações afirmativas, iniciado há mais de 45 anos. Pelo contrário. Lá, as desigualdades e conflitos raciais sofreram redução significativa no período. O resultado mais visível é o crescimento da presença de não-brancos nas elites ocupacionais daquele país. E nem a resistência conservadora encampada por vencedores do prêmio Nobel de Economia, como Gary Becker ou Milton Friedman, foi capaz de se sobrepor à mobilização do movimento negro americano. Os estudos desses economistas neoclássicos procuraram, em vão, evitar o que consideravam uma intervenção desnecessária no mercado de trabalho e defenderam o livre mercado como a solução para a discriminação. A experiência brasileira parece, curiosamente, refutar essa hipótese.

Na verdade, o debate sobre políticas públicas compensatórias para minorias no Brasil foi adiado pelo advento de um longo período ditatorial e pela sobrevivência de nossa anacrônica ideologia da democracia racial. Atualmente, assiste-se a uma proliferação de estudos sinalizando para a manutenção de enormes diferenciais de qualidade de vida entre brancos e negros no país. Porém, isso não parece ter sido suficiente para postergar uma vez mais o estabelecimento de mecanismos de regulação dos processos discriminatórios que barram aos negros o direito de remuneração equitativa e mobilidade no mercado de trabalho. A questão racial é a grande ausente da campanha presidencial de 2010. Os defensores das políticas de ações afirmativas no Brasil aguardam dos próximos congressistas e governantes coragem para lidar com o tema, adotando políticas que coloquem o país efetivamente em direção à justiça racial.

Pedro C. Chadarevian é professor de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de São Carlos. Doutor em Economia pela Universidade de Paris 3 - Sorbonne Nouvelle.
E-mail: pedrochadarevian.wordpress.com

Fonte: Valor Econômico
Data: 13/07/2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Qual a importância na decisão do CONAR sobre o caso da Bom Bril?

Comentários: Fabiano Rangel – Blog Sustentabilidade em Movimento
Data: 14/07/2010


Vejo a decisão do CONAR com otimismo e uma ponta de esperança na busca por um mercado ético, mais justo, responsável e sustentável. Acredito que essa decisão representa a seriedade esperada por muitos sobre as políticas públicas e das ações empresariais na relação com a sociedade, em especial com os consumidores.

Todos torcem para que dia a pós dia as empresas coloquem no mercado produtos e serviços economicamente viáveis, socialmente mais respostáveis e menos impactantes ao meio ambiente. Contudo, isso não pode ser licença para um jogo de vale tudo. Esse movimento precisa ser acompanhado de crítica e critério e no caso da campanha da Bom Bril, a falta de crítica e critério era evidente.

Tenho feito um esforço reflexivo nesse espaço para não entrar em julgamentos sobre as empresas serem boas ou más. Isso porque na minha leitura estamos todos inseridos na mesma rede de relações, afinal vivemos e dependemos de um sistema capitalista movido pela produção e consumo, portanto, em uma medida ou em outra somos todos responsáveis pelos efeitos positivos e negativos da atividade empresarial. Todos temos responsabilidades diante das nossas escolhas.

Assim como também aprendi que não há empresa 100% sustentável e tão pouco 100% insustentáveis. Prova disso é que muitas organizações e marcas já colocaram produtos e serviços no mercado que trazem muitos dos atributos de uma produção mais justa, responsável e sustentável.

Na minha leitura esse é um esforço que deve ser valorizado, como também entendo que iniciativas oportunistas como é o exemplo da campanha Eco da Bom Bril devem ser questionadas, não só por configurar um marketing vazio, sem embasamento como segue a fundamentação do CONAR, mas porque neste caso, acaba prestando um desserviço ao esforço que muitas organizações têm feito entorno desse movimento da sustentabilidade.

Nesse sentido, entendo que vale uma crítica a esta iniciativa da marca, mas não a condenação “eterna” da empresa, afinal ela precisa ter a oportunidade de se rever. O movimento deve ser inclusivo e a empresa precisa entender que essa campanha foi uma ação irresponsável e não apenas com o seu produto, mas com todas as demais empresas e marcas que estão fazendo seus esforços em busca de meios mais sustentáveis de se colocar no mercado.

Ações irresponsáveis como essa só ajudam a abrir mais espaço para o ceticismos que já existe sobre o chamado “greenwashing”.

Conar suspende comercial "verde" de Bom Bril

Conselho acolheu argumento das concorrentes 3M e Bettanin

Decisão do Conar está ligada ao fato de o comercial não ter embasamento para dizer que a esponja de aço é mais ecológica que as esponjas sintéticas.


São Paulo - O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) suspendeu neste mês a campanha Bom Bril Eco, que destaca os atributos ecológicos do produto. Os três filmes - : 'Biodesagradável', 'Placar' e 'Cacique'- contestam o uso das esponjas sintéticas, afirmando que elas são vilãs do meio ambiente. Segundo a Bombril, a campanha já está fora do ar.

O Conselho de Ética do Conar acolheu o argumento das concorrentes 3M e Bettanin, que entraram com representação alegando que estavam tendo suas imagens afetadas pela campanha. A decisão do Conar está ligada ao fato de o filme em questão não ter embasamento para dizer que a esponja de aço é mais ecológica que as esponjas sintéticas.

A campanha "Bombril dá de 1001 a zero nos inimigos da natureza" é a primeira criada pela WMcCann. A campanha veiculou os filmes nas principais emissoras do país, como Globo, Record, SBT, Rede TV, Band, Gazeta e também durante a programação de canais fechado como Sony, Universal, Globo News, GNT, Multishow e Warner.



Todos são protagonizados pelo ator Carlos Moreno. Em um dos filmes, o garoto Bombril contracena com o ator Paulo Silvino.As ações de mídia contemplavam ainda anúncio impresso nas revistas Veja, IstoÉ, Caras, Contigo, IstoÉ Gente, Viva Mais, AnaMaria, Tititi, Minha Novela, Sou + Eu e Maxima, além de Outdoors nas principais rodovias do estado de São Paulo.


A embalagem do produto ganhou ainda novo visual, com a palavra 'Eco' aparecendo estampada para comunicar que o produto é ecologicamente correto.


* por Daniela Dahrouge e Juliana Welling
Fonte: Exame On line
Link:
http://portalexame.abril.com.br/marketing/noticias/conar-suspende-comercial-verde-bom-bril-578511.html

Estudo projeta que Brasil eliminará a miséria até 2016

Entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza absoluta, que é caracterizada por renda domiciliar mensal per capita de até meio salário mínimo

Por Agência Estado
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O Brasil eliminará a miséria e reduzirá a pobreza a apenas 4% da população até 2016. É o que projeta estudo divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O trabalho mostra que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza absoluta (caracterizada por renda domiciliar mensal per capita de até meio salário mínimo). Já no caso da pobreza extrema (renda per capita de até um quarto do salário mínimo), o contingente que deixou essa condição no mesmo período foi de 12,1 milhões de pessoas.

Os números representaram uma queda de 33,6% na taxa de pobreza absoluta, que ficou em 28,8% da população em 2008. Já a proporção de miseráveis, estimada em 10,5% da população em 2008, reduziu quase 50% em relação a 1995. A velocidade dessa queda da pobreza desde a estabilidade econômica proporcionada pelo Plano Real e a aceleração desse ritmo identificada pelo Ipea no governo Lula (2003-2008) permitiram aos autores do trabalho projetar a redução a zero da pobreza extrema no País em quatro anos, além de uma queda vertiginosa da chamada pobreza absoluta.

O trabalho "Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil" foi publicado no número 58 da publicação Comunicados do Ipea.

Paulo Sérgio Pinheiro: A infância ainda em risco - Le Monde Diplomatique Brasil

Paulo Sérgio Pinheiro: A infância ainda em risco - Le Monde Diplomatique Brasil

Vivemos em sociedades onde prevalecem a iniquidade, a concentração de renda e a desigualdade socioeconômica. Deste modo, os progressos alcançados no sistema político e no Estado de Direito convivem com atrasos espantosos na relação que os adultos mantêm com crianças e adolescentes...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Por que nem todos identificam o “valor” da Biodiversidade?

Comentários: Fabiano Rangel – Blog Sustentabilidade em Movimento
Data: 13/07/2010

Estamos em plano ano mundial da Biodiversidade declarado pela ONU e confesso que desconhecia o relatório The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) for Business divulgado essa semana, mas ao ler a matéria sobre o relatório que saiu no Boletim Eco-Finanças da ONG Amigos da Terra, fiz algumas conexões com o post recente que publiquei neste blog (11/07) intitulado “Como identificar e diferenciar o Joio do Trigo”, onde me desafiei a fazer uma rápida reflexão sobre a matéria “Sujo mais Lucrativo” publicada na Revista Isto É Dinheiro em maio de 2010.

Nesta reflexão busquei explorar de forma singela um pouco dos elementos que deveriam pesar sobre processos decisórios do meio empresarial. Na minha leitura os pontos essenciais seriam: os valores corporativos; a cultura organizacional e o contexto político, social e geográfico em que a atividade está inserida. Sendo os dois primeiros os definidores da missão da empresa, sua razão última de ser.

Quanto aos valores e a cultura organizacional, a provocação que fiz é sobre a convicção com que estes elementos são construídos e sedimentados na organização. Qual a base, importância e relevância destes? São realmente estas diretrizes que orientam a organização e a colocam em conexão com a sociedade?

Se as respostas a estas questões se mostrarem frágeis e/ou maleáveis, temos aqui um grande indício de que a convicção da razoável margem a conveniência, geralmente influenciada pelo contexto cultural, social e político do local em que atividade é explorada e assim recebendo o nome de “oportunidade”.

Uma “oportunidade” por sua vez que não considera a todos ou que deixa de lado elementos essências a vida, como por exemplo, a biodiversidade, pode ser um oportunismo ou qualquer outra coisa, mas não uma oportunidade.

Essa leitura em alguma medida pode nos ajudar a entender um pouco melhor os resultados tão paradoxais demonstrados pelo relatório TEEB, entre os CEOs dos países em desenvolvimento, que são altamente dependentes dos recursos e serviços naturais, dos CEOs da Europa Ocidental que gerenciam e decidem seus modelos de negócio em locais que já se industrializaram.

No primeiro cenário, mesmo entendendo a importância da biodiversidade há o desafio constante de crescer e se tornar um país desenvolvido. Essa pressão invariavelmente faz com que as organizações privadas e políticas abram mão de convicções e se disponham ao jogo do oportunismo.

Já no segundo, avalio que o fato de estarem em locais mais industrializados estes estão mais suscetíveis a perderem conexão sobre a importância do “capital natural”, reduzindo o grau de importância sobre a preservação da biodiversidade, inclusive para a sustentação da sua própria atividade. Afinal, cada vez mais a atividade produtiva é dependente dos países em desenvolvimento, seja pela importação de commodities agrícolas, minerais e ambientais, seja porque estão cada vez mais produzindo fora em decorrência do baixo custo com as questões sociais.

Se estes CEOs estão realmente tão desconectados assim, um caminho seria investir mais em mecanismos de indução que façam pressão sobre o mercado. Isso abre um bom espaço para se fomentar o protagonismo e a responsabilidade de consumidores, investidores, acionistas e organizações sociais, no sentido de exigir que as corporações desenvolvam seus modelos de negócio de forma mais justa, responsável e sustentável, ou seja, mais condizentes com sustentação da vida.

A biodiversidade é a uma das principais expressões da vida, assim, a homogeneidade não é apenas burra, mas sinônimo da decadência e da morte.

Biodiversidade começa a aparecer na agenda empresarial, diz estudo

Fonte: Boletim Eco-Finanças – Amigos da Terra
Link:
http://www.eco-finanças.org.br/
Data: 13/07/2010

Segundo relatório "TEEB for Business", impacto das "externalidades ambientais" das empresas chega a US$ 2,2 trilhões por ano. Consumidores se mostram cada vez mais preocupados com a perda da biodiversidade no mundo

Líderes empresariais de países em desenvolvimento ricos em biodiversidade estão cada vez mais preocupados com a perda do "capital natural", de acordo com o relatório "The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) for Business", divulgado hoje (13).

Mais de 50% dos CEOs pesquisados na América Latina e 45% na África estão preocupados com o declínio da biodiversidade, enquanto menos de 20% dos CEOs entrevistados nos países da Europa ocidental partilham da mesma preocupação. O estudo indica que os executivos que falharem em incluir o manejo sustentável da biodiversidade em seus planos de negócios, podem acabar ficando fora de sintonia com o mercado.

Segundo Pavan Sukhdev, economista da TEEB e chefe da Green Economy Initiative, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a "importância econômica da biodiversidade e dos ecossistemas está começando a aparecer. Alguns empresários, de determinados setores e em alguns continentes, já estão agindo para construir empresas sustentáveis, do século 21".

Recentes estudos apresentados no relatório da TEEB indicam que 60% dos consumidores entrevistados na América e Europa, e mais de 90% no Brasil, estão conscientes da perda da biodiversidade. Mais de 80% desses consumidores deixariam de comprar produtos de companhias que não incorporam questões éticas em suas práticas.

Além disso, de acordo com a TEEB, a consultoria britânica TruCost deve lançar um estudo que lista as atividades de 3 mil companhias ao redor do mundo, estimando o impacto dessas empresas, ou "externalidades ambientais", em um total de US$ 2,2 trilhões por ano.
"Estamos entrando em uma nova era em que as perdas de vários trilhões de dólares de recursos naturais estão começando a moldar os mercados e as preocupações dos consumidores", explica o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.

O documento cita casos bem sucedidos de políticas empresarias para a biodiversidade e ecossistemas, como o caso da mineradora Rio Tinto, que se comprometeu a atingir impacto positivo (Net Positive Impact) na biodiversidade; e outras iniciativas, como a do Walmart, Coca Cola e BC Hydro.

Leia aqui o relatório "
The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) for Business", na íntegra.

Para os demais relatórios TEEB, acesse
http://www.teebweb.org/. O lançamento mundial do relatório "TEEB for Business" acontece hoje (13), durante o primeiro "Global Business of Biodiversity Symposium", em Londres, Inglaterra. http://www.businessofbiodiversity.co.uk/

Mar de Aral definha ano a ano e pode desaparecer totalmente em dez anos

Fonte: Terra Meio Ambiente
Link:
http://meioambiente.terra.com.br/interna.php?canal=4&id=54&id_img=203&img_clicada=2

Desvio de água dos rios que abasteciam o Aral para uso agrícola intensivo fez o ecossistema perder 90% de sua área.

Pode o homem matar o mar? Pode. Pelo menos se o exemplo for o Mar de Aral, um lago salgado na Ásia Central. Há três meses, o secretário-geral da ONU, BanKi-moon, visitou a região. E qualificou o que viu como um dos desastres mais chocantes da história. “No cais, eu não enxergava nada, apenas um cemitério de navios”, disse.










O que já foi o quarto maior lago do planeta perdeu 90% de sua superfície. E se os esforços, como a construção de uma espécie de dique patrocinada pelo Banco Mundial, não surtirem o efeito desejado, daqui a dez anos o Aral será apenas matéria escolar.

A destruição do ecossistema do Mar de Aral foi repentina e severa. Ao longo do século passado, a então União Soviética começou a desviar a água dos rios que abasteciam o Aral para projetos de irrigação para a cultura de cereais e algodão. Nos anos 60, o processo de desvio de água se intensificou, assim como a degradação do Aral. Em 1965, o Aral recebia cerca de 50km³ de água por ano; em 1980, esse número caiu para zero.

Seu encolhimento foi seguido de um forte aumento de sua salinidade. Com isso, a indústria pesqueira, que chegou a servir de emprego para até 60 mil pessoas, despencou. Andar pelo que era o Aral hoje é deparar com navios em meio ao que virou deserto.

De acordo com a Aral SeaFoundation (Fundação Mar de Aral), se programas como plantio de árvores, instalação de bombas de água, construção de diques e outros de maior envergadura não forem imediatamente adotados, o que já foi o quarto maior lago do mundo morrerá em 2020. Pior: mesmo a adoção dessas alternativas não garante sua salvação.
Andrés Bruzzone Comunicação
Mais sobre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_de_Aral

Mar de Aral era um
lago de água salgada, localizado na Ásia Central, entre as províncias cazaques de Aqtöbe e Qyzylorda (ao norte), e a região autônoma usbeque de Caracalpaquistão (ao sul). O nome (em português, Mar das Ilhas) refere-se à grande quantidade de ilhas presentes em seu leito (mais de 1500). Este já foi o quarto maior lago do mundo com 68 000 km² de superfície e 1100 km³ de volume de água, mas em 2007 já havia se reduzido a apenas 10% de seu tamanho original, e em 2010 estava dividido em três porções menores, em avançado processo de desertificação.[1]

A outrora próspera indústria pesqueira foi praticamente destruída, provocando desemprego e dificuldades econômicas. A região também foi fortemente poluída, com graves problemas de saúde pública como consequência. O recuo do mar também já teria provocado a mudança climática local com verões cada vez mais quentes e secos, e invernos mais frios e longos.

Fonte: Wikipidia

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Senado aprova aposentadoria especial para PcD

Fonte: ICEP Brasil
Data 07/07/2010

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou no dia 7 de julho, por unanimidade, o projeto de lei que trata da aposentadoria especial para pessoas com deficiência. Pelo texto, o prazo de contribuição para que deficientes possam se aposentar pode ser reduzido em até dez anos, dependendo do grau de deficiência.

O prazo de contribuição por idade também será reduzido. A votação definitiva em plenário poderá ocorrer ainda hoje. O senador Flávio Arns (PSDB-PR) assinou requerimento para que o projeto seja votado em regime de urgência.

Quem tem deficiência considerada leve terá uma redução de cinco anos neste prazo, quem apresenta deficiência moderada contribuirá oito anos a menos e quem tem deficiência grave terá prazo dez anos menor para a aposentadoria com base no tempo de contribuição. No caso da aposentadoria por idade, cai de 65 para 60 entre os homens e de 60 para 55 entre as mulheres a idade para a aposentadoria desde que seja cumprido um tempo mínimo de 15 anos de contribuição. Será necessário também comprovar que a deficiência existe há 15 anos para se conseguir a aposentadoria especial por idade. A definição da gravidade da deficiência seria atestada em perícia pelo INSS e o agravamento da condição justificaria a antecipação da perícia.

“Estamos cada vez mais próximos de corrigir uma distorção histórica para com as pessoas com deficiência. A questão da aposentadoria é parte de uma discussão ampla no que diz respeito ao pleno exercício da cidadania da pessoa com deficiência e que precisa ser colocada para a sociedade brasileira”, afirmou o presidente do ICEP Brasil Sueide Miranda, presente no momento da votação.

O ICEP está à frente de uma comissão formada por entidades de pessoas com deficiência que, com o apoio do deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) vem desde o ano passado pressionando o Congresso para aprovar a matéria. A comissão foi recebida pelo presidente da Câmara, Michel Temer, que prometeu acelerar a entrada da proposta em pauta. No mês passado, o senador Cristovam Buarque também reuniu-se com a comissão e prometeu apoio imediato.

“A mobilização é fundamental para acelerar o andamento do processo”, atestou Rollemberg, que intermediou as reuniões na Câmara e Senado. “Estamos prontos para mais uma mobilização no plenário do Senado. Temos muita pressa em relação a essa proposta”, disse Sueide.

Fonte de informação da assessoria de comunicação do ICEP BRASIL

domingo, 11 de julho de 2010

Como definir e diferenciar o joio do trigo?

O que justifica uma empresa investir em produtos e serviços questionáveis por parte sociedade? Conforme provoca a matéria da Revista Isto é Dinheiro de 14/05/2010.

Antes de qualquer coisa, a demanda é e será sempre a principal justificativa. Portanto, é necessário que se façam mais algumas perguntas para responder a principal. Por exemplo: Quem questiona? Por que questionam? A favor do que ou de quem questionam?

A definição de um modelo de negócio sempre passará pela avaliação da viabilidade financeira da atividade. É claro! Mas não apenas. Essa definição também envolve antes de tudo escolhas e decisões, que serão tomadas com base em valores, cultura e política da organização e pessoas inserirdas no processo. Neste ponto, faço eu mesmo uma ressalva, adiantando que muitos dirão que o modelo também se define pela oportunidade.

Na minha leitura a oportunidade é um dos elementos que provoca a discussão por um ou outro modelo de negócio, mas não seu elemento definitivo. Para justificar meu ponto de vista, vou me valer de uma reflexão extrema. Muitos têm a oportunidade de ser traficante de drogas, um negócio extramamente lucrativo. Correto? Então por que essa é uma ativdiade econômica exercida por poucos? Álém das questões legais, existem valores que por si só já impede o que muitos explorem esse mercado.

No âmbito do meio empresarial e do mercado a cultura organizacional é definida de acordo com as convicções da organização e das pessoas a sua frente, ou seja, tem haver com as convicções de seus dirigentes e muitas vezes da origem social e geográfica onde a empresa foi constituída. Já a política pode estar mais sujeita ao contexto regional ou global e isso muitas vezes, abre precedentes para que as convicções sejam flexibilizadas pelas conveniências.

É fácil perceber isso, quando se observa mais de perto as organizações multinacionais e globais, que em seus países de origem seguem determinadas regras econômicas, sociais e ambientais mais rigorosas, mas em outros, essas regras são negligenciadas e/ou flexibilizadas. Basta olhar para o oriente e vamos encontrar na China um poço de exemplos nessa direção.

Na realidade muitas organizações resolvem estrategicamente produzir em países com legislações e pressões sociais mais frágeis, justamente para “ganhar competitividade” diante desse contexto. Assim, produzem fora mas trazem de volta o resultado da produção a preços mais competitivos, deixando um rastro de externalidades incomensurável. Estes modelos de negócios muitas vezes calcam seus ganhos nessa perspectiva distorcida e acabam dependendo da externalização de custos sociais e ambientais para assegurar suas margens de lucro. Além disso, trazem consigo uma leitura “umbiguista” e sem dúvidas desconectadas do mundo e até mesmo, contraproducente a médio e longo prazo, porque não considera a interdependência dos sistemas, gerando assim um caos de ineficiências sistêmicas que cedo ou tarde voltará contra si mesmo.

Estamos sempre diante de escolhas, prova disso é que hoje observamos inúmeras organizações empresariais investindo em novas tecnologias e em novos mercados que privilegiam atributos de sustentabilidade e responsabilidade social em seus modelos de negócio, crescendo, lucrando e se desenvolvendo, e, outras como bem mostram a matéria da Revista Isto É Dinhero “Sujo mais Lucrativo” na direção contrária, insistindo em investir em modelos de negócios mais questionáveis, por também gerar receita, lucro e crescimento no curto e médio prazo. Questões que se colocam diante desse paradoxo são: “Até quando?” Com quem? Para quem? Contra quem?

Na essência dessa discussão estamos falando de valores, aqui entendidos como um filtro do que pesa na tomada de decisão. Assim, se uma empresa tem valores mais individualizados, autocentrados e numa lógica de independência, tenderá a colocar a busca pelo lucro como sua missão, ou seja, sua finalidade última e consequentemente a probabilidade desta organização ser menos criteriosa com efeitos adversos a sociedade, resultantes de seu modelo de negócios, será maior.

Contudo, se uma empresa entende que sua missão é a sua razão de ser e que lucro é meio necessário para isso, com certeza ela passará a se questionar mais qual o sentido e contribuição daquilo que ela se propôs fazer. Essa lógica inverte a forma como a empresa se vê diante da sociedade em que está inserida e consequentemente a forma como ela definirá quais bens, produtos e serviços serão produzidos e colocados a disposição do mercado. Portanto, ela não estará refém da demanda, mas será protagonista, buscará gerar demanda dentro das suas convicções e com isso, buscando novos mercados e inovando constantemente.

Entender a dimensão do processo decisório tira o foco da discussão sobre o que é ser necessariamente uma empresa boa ou má, um negócio sujo ou limpo e coloca foco na identificação de que organizações e modelos de negócios estão mais aderentes as demandas atuais da sociedade. Portanto, quais estão mais envergadas a construção de uma sociedade mais justa, responsável e sustentável.

Tenho comigo que essa mudança de paradigma, nos ajuda a evitar julgamentos excludentes e permite que muitas organizações revejam sua participação na sociedade e tenham também a oportunidade de trazer sua contribuição.

"Sujo", mas lucrativo

Por que diversos produtos considerados polêmicos ou mesmo vilões do aquecimento global ainda encontram espaço no mercado?

Por Rosenildo Gomes Ferreira

A gigantesca mancha de óleo que ameaça a costa sul dos Estados Unidos mostra com exatidão como uma atividade econômica pode se transformar em vilã do meio ambiente. A catástrofe, causada pela explosão de uma plataforma de petróleo da British Petroleum, entrará para a história como um dos maiores desastres ambientais da era moderna.

Mas nem por isso deverá decretar o fim da companhia. Afinal, apesar de o “ouro negro” ser o principal causador do aquecimento global, ele continua sendo muito consumido. Mas por que o petróleo, assim como outros produtos considerados “sujos”, ainda encontra espaço em um mundo marcado pelo crescimento da consciência ambiental? Porque há uma força maior do que o apelo ecológico: “O preço competitivo em relação às opções mais sustentáveis garantem a sobrevida deles”, opina João Paulo Altenfelder, sócio da Sei Consultoria, especializada em projetos de sustentabilidade.













Reputação em baixa: madeireiras do Pará apostam na certificação para ganhar mercado e "limpar" sua imagem no Exterior

A lista é vasta: inclui o amianto e as lâmpadas incandescentes, além das usinas termelétricas movidas a carvão mineral e das madeireiras. Isso explica por que, mesmo depois de a comercialização ter sido banida em diversos países, as lâmpadas incandescentes continuam rendendo um bom dinheiro para os fabricantes. Desde que comprou a americana Sylvania, a indiana Havells, que fatura US$ 1,5 bilhão, fez uma reengenharia nos negócios.

Fechou fábricas e concentrou na Colômbia a fabricação de lâmpadas fluorescentes tubulares, que usam mercúrio em sua composição, e de incandescentes, que desperdiçam 95% da energia que consomem. Essa planta atende basicamente a América Latina e a África. No Brasil, os dois produtos garantem metade das receitas do grupo indiano.

Com preço em torno de R$ 1, as lâmpadas incandescentes são as preferidas em países nos quais a população não tem renda para gastar R$ 5 em uma moderna fluorescente compacta. “Apesar disso, nós estamos investindo para desvincular nossa imagem dos produtos ambientalmente incorretos, incluindo itens mais modernos em nosso portfólio, como as lâmpadas de LED,” destaca Pedro Queiroz, diretor-geral da Havells-Sylvania do Brasil.

Posição oposta à adotada pela Eternit, dona da terceira maior jazida de amianto crisotila do planeta, usado para fabricar caixas-d'água e telhas de fibrocimento, por exemplo. A companhia pretende investir cada vez mais nessa divisão, mesmo vivendo sob ameaça de ações de indenização movidas por ex-funcionários, que alegam sofrer de câncer, por causa do amianto.

Poluição: concebidas como um seguro contra o apagão, as usinas térmicas vão "sujar" a matriz energética brasileira

De acordo com Élio Martins, presidente da Eternit, os casos do passado tiveram relação com o amianto anfibólio, importado da Europa. Ele diz que o amianto usado pela companhia é seguro. Para sustentar sua tese, exibe laudos feitos por diversos institutos. “Desde a década de 1980 não registramos novos casos de doenças ligadas a esta matéria-prima,” cita Martins. “Das 1,3 mil pessoas que atuaram nas fábricas da Brasilit e da Eternit em São Paulo, pelo menos metade está contaminada,” rebate João Eliezer, presidente da associação que representa as vítimas do amianto.

“O amianto é seguro, tem preço competitivo e garante lucro à empresa”, ressalta o presidente da Eternit. E isso fica evidente em seu balanço financeiro. O produto e seus derivados geraram 89,8% da receita líquida de R$ 582 milhões da companhia em 2009. Pela ótica do consumidor, o que prevalece é o custo até 50% menor em relacão às telhas de cerâmica.

Apesar de esses produtos serem malvistos no mercado e de as empresas sofrerem com a patrulha de entidades como o Greenpeace, as companhias não deixam de produzi-los por questões até mesmo estratégicas. E é isso o que sustenta a opção do Grupo EDP e da MPX. que estão construindo uma termelétrica movida a carvão mineral em Pecém (CE). Trata-se de um empreendimento orçado em R$ 4,5 bilhões e capaz de gerar energia suficiente para abastecer uma cidade do porte de Fortaleza (CE).

Os ecologistas torcem o nariz para o projeto alegando que o combustível escolhido vai ajudar a “sujar” a matriz energética brasileira. Quando estiverem funcionando todas as usinas termelétricas contratadas pelo governo para o período 2008-2017, a emissão de dióxido de carbono (CO2) do setor elétrico deverá quase triplicar para 39,3 milhões de toneladas. O governo defende as térmicas como sendo a única forma de evitar o apagão. “É uma opção equivocada tanto pelo aspecto ambiental como econômico”, sustenta Ricardo Baitelo, ativista do Greenpeace. Para ele, seria melhor apostar nas fontes renováveis como a eólica e a biomassa.

“Vamos adotar tecnologias capazes de reduzir o passivo ambiental”, defende Paulo Monteiro, diretor de sustentabilidade da EBX, holding que controla a MPX. As iniciativas incluem desde a instalação de filtros de purificação de resíduos até o reflorestamento de áreas degradadas como forma de zerar as emissões. O contrato vai colocar R$ 489 milhões, por ano, nos cofres da empresa até 2027.

Mas há ainda os casos de segmentos econômicos inteiros que vivem sob constante pressão de ecologistas e da comunidade internacional, como as madeireiras que operam na Amazônia. Para reverter a imagem negativa no Exterior, um grupo de empresários paraenses fundou uma associação de exportadores, a Aimex, e passou a investir na certificação de seus produtos.
“Quem opera na legalidade é punido duplamente: pela concorrência desleal e pela lentidão dos órgãos governamentais que atuam na região,” resigna-se Justiniano Neto, diretor executivo da Aimex. O Estado responde por metade das receitas de R$ 6 bilhões obtidas pelo setor. Esse número, avalia o dirigente, poderia dobrar, em apenas cinco anos, se houvesse uma política de incentivos para toda a cadeia moveleira.

Para evitar “barreiras ecológicas” no Exterior, a entidade aposta na adesão a selos como o FSC, que atestam que a madeira foi obtida de área legalizada e sem o uso de trabalho escravo. Para ele, o trabalho de conscientização depende também dos brasileiros. “Somos o maior consumidor de madeira tropical do mundo”, aponta Neto.

Fonte: Isto é Dinheiro – Versão On line
Nº EDIÇÃO: 658 Negócios 14.MAI - 21:04 Atualizado em 15.05 - 18:40
Link: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/23086_SUJO+MAS+LUCRATIVO

Uma lei do clima não pode ser omissa as questões do transporte

Comentários: Fabiano Rangel – Blog Sustentabilidade em Movimento.
Data: 11/07/2010

No dia 26/06 postamos neste espaço matéria comemorando a aprovação do Decreto que regulamentou a Lei de Mudanças Climáticas no Estado de São Paulo. Obviamente este fato por si só era digno de comemorações e congratulações.

Porém, a comemoração agora precisa dar lugar à atenção, se realmente queremos ter motivos para comemorar. Matéria publicada no Estado de São Paulo no último dia 01/07, mostra que o Decreto foi no mínimo desatento em alguns pontos, deixando lacunas essências não apenas como medida de estabilização do clima, mas também como medida emergencial a boa saúde e qualidade de vida dos paulistanos.

É notório, inclusive para leigos como eu, que o transporte rodoviário é movido na sua esmagadora maioria a base de combustível fóssil e que este é um dos grandes gargalos dessa discussão, porque essa base de combustível é uma das principais fontes de emissões de GEE e materiais particulados no meio ambiente urbano. Portanto, um Estado que se propõe a assumir metas efetivas e claras de redução na emissão de GEE, precisa urgentemente colocar sobre a mesa a questão do transporte.

A matéria deixa claro que ainda temos um inventário incompleto, sabendo ser essa uma ferramenta fundamental para que a população entenda claramente o que precisa ser feito e que medidas precisam ser priorizadas. Além disso, é inexorável de que o transporte rodoviário entrará na ordem prioritária, uma vez concluído o inventário.

Quem vive na cidade de São Paulo, sabe bem o caos que é a cidade, seja pela dificuldade de locomoção fruto da falta de planejamento, que envolve desde a incapacidade do transporte coletivo suprir as necessidades de locomoção de forma digna até a concentração dos grandes pólos de serviços, que estão em locais de difícil acesso por meio do transporte coletivo, além de estarem cada vez mais distantes das regiões periféricas, que é onde se observada a maior concentração dos trabalhadores da cidade.

Outro reflexo pavoroso desse caos é o aumento das doenças respiratórias, em especial em épocas mais secas como o inverno. Quem de São Paulo não sente a garganta arranhar e ardência nos olhos nessa época do ano? Além disso, basta ter uma leve tendência a renite para sofre com espirros, corizas e dores de cabeça? Em suma, quem consegue produzir e ser um bom profissional nessas condições?

Agora imaginemos o gasto público com saúde por essas razões? Vou mais além, imagine o custo para o meio empresarial com queda de produtividade e afastamento, decorrente do agravamento de doenças respiratórias? Quanto não se perde de negócios, porque muitos profissionais estão horas a fio parados no transito? Quanto não se onera o transporte e a distribuição da indústria por depender massiçamente do modal rodoviário, em especial para grandes distâncias?

Diante desse cenário não dá para ficar discutindo de quem é a culpa, mas onde está o caminho para a solução, o que envolve todos os setores agindo de forma articulada. Afinal a busca pela sustentabilidade é um esforço continuo que exige responsabilidade e mudança de postura de todos, seja acompanhando as políticas públicas, seja repensando a organização do trabalho (veja mais), ou ainda, por meio da contribuição individual de cada um, por exemplo, abrindo mão do “carro nosso de cada dia” entre muitas outras medidas.

Lei do clima de SP ignora transporte

O Estado de S.Paulo
Publicado em: 01/07/2010 - 11:40

Afra Balazina
A regulamentação da Política Estadual de Mudanças Climáticas praticamente ignora o papel do transporte no corte das emissões de gás carbônico (CO2) em São Paulo. Nas 67 páginas do decreto há apenas três artigos que abordam o "transporte sustentável". O próprio governo admite que o setor é um dos principais desafios para que São Paulo atinja a meta de cortar 20% das emissões de CO2 até 2020, comparado aos níveis de 2005.

A lei, aprovada em novembro de 2009, levou sete meses para ser regulamentada. Ela prevê a "adoção de metas para a implantação de rede metro-ferroviária, corredores de ônibus, ampliação do serviço de transporte aquaviário urbano e ciclovias para trabalho e lazer". Porém, a regulamentação assinada na semana passada não avança nessas questões nem coloca números.

Especialistas na área ambiental dizem que o decreto pecou nesse ponto. Um dos artigos, por exemplo, é bastante genérico. Fala que "o transporte sustentável no Estado de São Paulo deverá priorizar investimentos que visem o aumento da participação de transportes ferroviário, hidroviário, cicloviário e dutoviário em relação ao transporte rodoviário".

Para Paulo Saldiva, médico da Universidade de São Paulo que estuda a poluição do ar, faltam metas mais claras de redução das emissões veiculares. Segundo ele, na área de transporte é possível obter tanto o corte de emissão de gases-estufa, que provocam o aquecimento global, como a redução da poluição do ar local, que causa doenças.

Guarany Osório, consultor especializado em ciências jurídico-ambientais, avalia que São Paulo saiu na frente ao assumir uma meta. E considera que o governo agora precisa se debruçar na questão complexa do transporte.

Rachel Biderman, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas, lembra que o Estado ainda não tem um inventário de emissões. "O decreto está incompleto. Após termos o inventário talvez seja preciso fazer outro para complementar." A lei ordena que o governo finalize a elaboração desse documento até novembro.

Em 2009, a Secretaria do Meio Ambiente informou que trabalha com estimativa de emissão de 100 milhões de toneladas de gases-estufa em 2005. A meta de 20% equivaleria, por exemplo, a cortar quase metade do que a indústria paulista emitiu de CO2 em 2006, quando o total chegou a 38 milhões de toneladas.

Casemiro Tércio Carvalho, coordenador de planejamento ambiental da secretaria, confirma que o transporte e a energia usada na produção industrial são os setores que mais emitem gases-estufa no Estado. Segundo ele, em abril de 2011 devem ser apresentadas as metas setoriais, incluindo as do transporte.

"O inventário nos dirá quais são os setores que mais contribuem com as emissões e qual é o potencial de redução de cada um. A meta não será igual para todos." Ele ressalta que o Plano Diretor de Desenvolvimento de Transportes (PDDT) tem como meta para 2020 diminuir o transporte rodoviário de 93% do total para 65%. Se isso ocorrer, haverá uma redução das emissões do setor em cerca de 40%.

Fonte: O Estado de São Paulo
Link: Movimento Nossa São Paulo
Acesse: http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/10919?utm_source=MailingList&utm_medium=email&utm_campaign=Not%C3%ADcias+010710